Boletim Informativo nº 140 | Julho 2010

Portugal e as zonas costeiras; muitas oportunidades e poucos resultados

Com o início do Verão as praias enchem-se e cada centímetro da nossa costa não parece chegar para as múltiplas actividades que a envolvem. Portugal tem na sua orla costeira um recurso de valor extraordinário: excelentes praias urbanas e naturais, grandes estuários com uma biodiversidade impar na Europa, paisagens costeiras bem preservadas e de excepcional valor.

Gerir bem este recurso é um imperativo Nacional. Para isso é necessário conhecimento, vontade e capacidade de gestão. Olhando para trás, pensando os últimos vinte anos, em que as principais competências de planeamento, gestão e fiscalização da orla costeira foram assumidas pelo Ministério do Ambiente, fica a sensação de que se evoluiu significativamente mas também de que se devia ter evoluído muito mais!

Foram muitas as oportunidades, foram muitas as promessas, mas nem o conhecimento progrediu muito, nem o planeamento nos deixou descansados, nem a tão apregoada requalificação do litoral produziu os efeitos espectaculares que tanto esperámos.

 

 

 

Novas oportunidades se apresentam: o programa Polis Litoral, os Planos de Gestão das Regiões Hidrográficas, os Planos de Ordenamento dos Estuários, uma nova geração de Planos de Ordenamento da Orla Costeira. Estes planos representam uma aposta essencial nos recursos da faixa costeira e têm consigo um capital de desenvolvimento das regiões litorais que é hoje mais necessário do que nunca.

É neste contexto que importa recordar a tragédia da Praia Maria Luísa, em Agosto de 2009 e as suas lições: a serena paisagem costeira está em constante evolução, e essa evolução tem grandes riscos. O conhecimento é essencial, mas só há verdadeiro conhecimento com a acção. Temos que fazer mais e melhor gestão das faixas costeiras. As novas oportunidades não se podem perder…

Pedro Bettencourt

 


 

 

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