Boletim Informativo nº 140 | Julho 2010

Sócrates lança última obra do regadio da Cova da Beira

O primeiro-ministro, José Sócrates, lançou em Penamacor a última fase do Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira. E desafiou os agricultores a promoverem o emparcelamento para tirarem partido do mais moderno regadio da Península Ibérica.

A terceira e última fase do projecto de Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira (AHCB), iniciado em finais da década de 50, ficou ontem marcada pela entrada em funcionamento da central mini-hídrica de Meimão, em Penamacor. E pela consignação do bloco de rega em Fatela, no Fundão, a última etapa de um projecto de 322 milhões de euros que ficará concluído até Agosto de 2011. O sistema estará totalmente operacional na campanha de rega de 2012.

Dirigindo-se particularmente aos agricultores beneficiários do sistema, o chefe do Governo lembrou os novos desafios que se colocam à agricultura da região. “Depois da água, que já cá está, temos de olhar para a dimensão da propriedade”, desafiou.

José Sócrates considerou que a chegada da água à Cova da Beira é importante, mas precisa de ser complementada com acções que permitam aos agricultores ganhar escala e dimensão internacional, num apelo ao associativismo e ao emparcelamento. Só com dimensão de propriedade agrícola, frisou Sócrates, a agricultora “poderá ser mais competitiva para concorrer nos mercados internacionais”.

A dimensão das propriedades agrícolas na Cova da Beira, que têm em média um hectare, é também uma das preocupações de Domingos Torrão, presidente da Câmara Municipal de Penamacor.

 

 

 

“Temos água no mais moderno sistema de regadio da Península Ibérica. Falta-nos área de cultivo com dimensão”, defende o autarca, que espera ver concretizada a reforma dos prédios agrícolas e florestais.
António Serrano, ministro da Agricultura, reforça que para um sistema de 322 milhões, com as potencialidades da Cova da Beira, a única saída será a associação entre agricultores.

“Não podemos desperdiçar este investimento”, avisa o governante, que defende o envolvimento de agricultores e investidores no projecto. “O mais importante é a organização”, diz António Serrano, que admite soluções alternativas ao emparcelamento.

À sua chegada à aldeia de Neimão, no concelho de Penamacor, para inaugurar a mini-hídrica que já está a bombear milhões de metros cúbicos de água para “o mais moderno sistema de regadio da Península Ibérica e o segundo maior do país logo a seguir ao Alqueva”, o primeiro-ministro tinha à sua espera um grupo de agricultores descontentes.

Alguns agricultores da região encontram-se descontentes e indignados, uma vez que desde que começaram as obras do Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira, perderam a possibilidade do regadio tradicional que lhes garantia a rega da maioria das propriedades agrícolas da aldeia.

O ministro da Agricultura reconheceu o problema, embora admita ser “tecnicamente difícil de resolver”, garante que essa situação “está a ser tratada”.


 

 

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