Boletim Informativo 152-153 | Outubro/Dezembro 2015

12º SILUSBA Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa

Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brasília, Brasil
Novembro, 22 – 27

Realizou-se em Brasília, de 22 a 27 de Novembro de 2015, o 12º SILUSBA. Podemos dizer com alegria que mais uma vez se constatou o empenho e a boa disposição que têm feito do SILUSBA uma história de sucesso. Por proposta da ABRH fez-se a realização simultânea do SILUSBA e do XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Esta parceria permitiu uma maior partilha de atividades, em alguns casos com formatos inovadores, como por exemplo o “Parlamento Nacional da Juventude pelas Águas”. Houve um intenso trabalho para a preparação destes eventos durante vários meses e também alguns momentos de aflição. A situação nos nossos países criou alguns desafios e receios. Mas fomos caminhando, o Simpósio foi tomando forma e aqui não podemos deixar de lembrar e agradecer o contributo das Comissões Organizadoras Internacional e Local, da Comissão Cientifica, de todos os Moderadores, Oradores, Participantes das Mesas Redondas, Organizadores de Sessões Especiais e Autores que rechearam este Simpósio de ideias novas e estudos de caso de sucesso. Ao nosso Secretariado também dirigimos o nosso apreço pelo trabalho e paciência na concretização das tarefas diárias de organização.

A escolha do tema do 12º SILUSBA recaiu sobre a Gestão da Água e do Território: Perspetivando Sinergias, pois pensamos que uma articulação robusta da gestão da água e do território, com dinâmicas próprias e específicas de cada sector, é essencial para a proteção dos recursos hídricos e dos serviços dos ecossistemas associados, bem como para minimizar os riscos de uma ocupação inadequada do solo e para facilitar a adaptação às alterações climáticas.

Neste sentido, foi nosso objetivo criar as condições para uma reflexão sobre este tema tendo em vista perspetivar sinergias em termos institucionais, legislativos e técnico-científicos, através da partilha de conhecimento e experiências, da análise do papel da investigação e da inovação na criação de novas atitudes e soluções sustentáveis.

A propósito da necessidade de se engendrarem soluções sustentáveis não podemos deixar de referir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável adotados pelas Nações Unidas em Setembro de 2015 e a relevância de iniciativas desta natureza, que é de molde a interpelar governos nacionais e a sociedade como um todo. Ainda há um longo caminho a percorrer para que todos os cidadãos encontrem o seu bem-estar dentro dos limites dos recursos existentes no nosso planeta. Temos no mundo realidades muito diferentes, em diferentes momentos dos seus processos evolutivos no que diz respeito ao acesso à água. Coordenar e mobilizar as vontades para forjar uma parceria global, num quadro de incerteza económica, persistente desregulação financeira, mudança na geografia da pobreza e alterações nos equilíbrios de poder, constituirá, sem dúvida, uma tarefa complexa.

É de variados e às vezes pequenos contributos que chegamos às boas soluções. No nosso caso fazemo-lo através da partilha do conhecimento e experiência, da análise do papel da investigação e da inovação na criação de novas atitudes e soluções sustentáveis. Por isso é fundamental a realização destes encontros técnico-científicos.

 

 

 

Alguns números sobre o 12º SILUSBA:
- 162 resumos submetidos, 99 sugeridos para comunicação oral e 50 para poster. Tal conduziu a 75 comunicações orais e 32 posters
- Registaram-se 174 inscrições
- As apresentações foram enquadradas em 8 temas, sendo os mais concorridos:
(19) Gestão dos recursos hídricos em contextos nacionais e transfronteiriços
(18) Sistemas hídricos sustentáveis
(11) e também, Governança e cidadanias para a água
(13) Água, território e adaptação à variabilidade climática

- Foram organizadas 15 sessões técnicas, em que cerca de 90% dessas apresentações foram efetivamente concretizadas. A estas 15 sessões técnicas foram adicionadas mais duas sobre o tema “Oito desafios cruciais para a gestão de uma grande Bacia Hidrográfica: o Rio São Francisco-Painel”, por proposta dos colegas portugueses responsáveis por este importante trabalho (equipa liderada por Pedro Bettencourt).

Para além das sessões específicas do SILUSBA, tivemos a possibilidade de acompanhar e/ou integrar:
- Conferências, das quais destacamos a Conferência 1 “A água no mundo global do futuro - Uma barreira ao desenvolvimento da humanidade?”, proferida pelo Professor Luís Veiga da Cunha
- Das 12 Mesas Redondas destacamos
(i) a mesa redonda específica sobre “A gestão de recursos hídricos: partilha de experiências dos países de língua portuguesa”,
(ii) a mesa redonda específica sobre “Princípios para uma boa governança da água – As experiências do Brasil e de Portugal”
(iii) a forte participação portuguesa nas restantes mesas redondas, quer na moderação quer no papel de palestrantes

É de salientar, para além de Portugal e Brasil, a pequena (mas boa) participação dos países de língua portuguesa: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Guiné-Bissau.

Esperamos que nas próximas edições possamos ver o reforço de participações desses Países.

Programa final em http://abrh.org.br/xxisbrh/
programa_final.pdf
)

Pela primeira vez num SILUSBA irá proceder-se a uma seleção de artigos para submeter a um número especial de uma revista internacional editada pela International Association for Hydro Environment Engineering and  Reseach IAHR – a Ribágua.

Não podemos deixar de enfatizar quão agradável foi reencontrar amigos e colegas num ambiente de convívio em torno da água. É sempre um prazer renovado participar em mais uma edição do Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa, desta vez ainda mais alargado com a simultaneidade do Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.


Outras publicações da APRH