Eficiência global do uso de água na agricultura irrigada

Título:

Eficiência global do uso de água na agricultura irrigada

Resumo:

A baixa eficiência global no uso de água é uma característica típica dos sistemas agrícolas e está associada à falta de conhecimento técnico no que diz respeito aos fatores edafoclimáticos, de manejo e de demanda hídrica por parte dos fitossistemas, que por sua vez é função do metabolismo das plantas cultivadas. Ao nível de complexidade natural das culturas sob regime de irrigação somam-se a pequena taxa de conversão de água e a baixa eficiência operacional dos sistemas de irrigação em uso no Brasil. Hidros (1998), relata que são freqüentes eficiências globais inferiores a 30% no uso de água para irrigação, o que significa que para cada 100 unidades volumétricas de água derivadas de uma reserva hídrica, menos de 1/3 é efetivamente utilizado pela cultura. A mesma fonte cita que as culturas consumem cerca 400L de água para produzir um quilograma de matéria seca. O manejo de água e solo requer, através de práticas adequadas, cada vez maior conhecimento da interação com as leis que regem a hidrodinâmica no solo, devido à intensificação de uso de nossos recursos hídricos na exploração agropecuária. Deve-se ter sempre em mente que o solo é um material transmissor de fluidos e que no fenômeno da percolação ocorre o transporte de soluções com os mais variados elementos químicos aplicado no solo e através da água de irrigação, onde o vetor de fluxo é direcionado para os mananciais existentes no ecossistema. O grau de contaminação e poluição ambiental dependerá do “tempo de residência” desses elementos na solução do solo e nos corpos de água. Por isso, o risco de degradação do meio está presente nas grandes áreas irrigadas, na fazenda e na pequena propriedade utilizada sob regime de exploração familiar enquanto unidade de produção agropecuária. A degradação ambiental pela atividade agrícola tem a erosão hídrica como um forte componente, uma vez que além de desmontar a estrutura do solo, transporta partículas em suspensão. Durante a fase de deflúvio (escoamento superficial) ocorre, também, o transporte de nutrientes químicos e materiais orgânicos, causando o assoreamento dos corpos hídricos pelo processo de sedimentação, exercendo efeitos nefastos sobre o equilíbrio das espécies aquáticas. Entende-se que o meio ambiente é sobre tudo humano, na medida em que devemos, não somente compreender as dinâmicas físicas e biológicas dos processos naturais, mas, também, colocá-las em articulação com a ação antrópica durante o processo de intervenções técnicas aplicadas ao setor agrícola.

Autores:

Aurelir Nobre Barreto

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