O método electromagnético de prospecção aplicado ao estudo da lixeira de Tábua

Título:

O método electromagnético de prospecção aplicado ao estudo da lixeira de Tábua

Resumo:

O trabalho efectuado na área envolvente da antiga lixeira de Tábua pretende estudar a existência de uma pluma de contaminação induzida por esta lixeira, bem como estabelecer a sua extensão e direcção. Na área da antiga lixeira de Tábua existem linhas de água que estão inseridas na bacia de drenagem da albufeira da Aguieira, fazendo esta parte integrante da bacia hidrográfica do rio Mondego. Esta albufeira poderá estar sujeita a uma potencial contaminação, gerada pelos lixiviados produzidos a partir dos resíduos depositados na lixeira. O trabalho de campo efectuado consistiu na medição da condutividade eléctrica, com a aplicação do método electromagnético, no domínio da frequência, com os condutivímetros Geonics EM31 e EM34. A escolha destes equipamentos deve-se ao facto de permitirem uma utilização simples, bem como rapidez na recolha de dados. Elaboraram-se quatro perfis, ao longo de caminhos existentes no local, com leituras efectuadas com o espaçamento de 10 metros. As bobines receptoras e transmissoras posicionaram-se com um espaçamento de 3,66m para o EM31 e 10, 20 e 40m para o EM34. Mediram-se os dipolos verticais (VD) e os dipolos horizontais (HD) e com os oito valores de campo electromagnético recolhidos em cada ponto atingiu-se uma profundidade de investigação aparente que variou entre os 2,2 e os 50,6m, efectuando-se a modelação de cada um dos perfis. Através do software Surfer, foi feito o tratamento dos dados recolhidos, pelo método das médias dos valores VDs e HDs, obtendo-se as secções de condutividade aparente, para cada um dos perfis. Foram ainda recolhidos dados referentes a medidas do pH, condutividade, oxigénio dissolvido, temperatura, turvação e salinidade. A recolha efectuou-se em seis locais: tanque de lixiviados, piezómetros, bem como em alguns pontos de água localizados na zona envolvente. A direcção da propagação e a profundidade da pluma de contaminação revelam uma estreita ligação com as características geológicas do terreno, face à existência de falhas que parecem funcionar como caminhos preferenciais da circulação de fluidos. A informação obtida permite localizar a pluma de contaminação a NNE da antiga lixeira.

Autores:

Fernando P. O. Figueiredo, Lídia M. G. Catarino, Ana I. M. S. Sousa

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