Tratamento de água de Lever

Título:

Tratamento de água de Lever

Resumo:

Este trabalho consiste na descrição do processo de tratamento implementado na Eta do Lever, com o objectivo de remoção de manganês e de turvação na água captada. Existem, actualmente, duas origens principais de água distribuída no grande Porto, a partir das captações existentes na albufeira de Lever. Uma, a mais antiga, é feita pela captação de água em profundidade, num conjunto de poços e drenos horizontais, instalados nos mantos aluvionares da albufeira. Estas captações são captações independentes, (Porto e de V. N. de Gaia), que, desde a década de 70 fornecem água para distribuição, sem qualquer tipo de tratamento, para além da desinfecção. No entanto, desde há algum tempo, a água aí captada tem vindo a deteriorar-se, apresentando problemas de excesso de manganês. Estas captações não estavam ligadas à ETA de Lever. Existe uma outra via de abastecimento mais recente que é uma captação de superfície, situada entre os poços de V. N. De Gaia e Porto. Antes de distribuída, a água aí captada é submetida a tratamento por ozonização, flotação e filtração, na ETA de Lever. A ETA não foi concebida para tratar água com elevados teores de matérias em suspensão. Para fazer face a surtos de turvação elevada foi instalada, há alguns anos, uma instalação de filtração pressurizada, a montante da ETA. Esta operação foi denominada “Etapa de Pré-Tratamento”. Com objectivo de resolver o problema do manganês detectado nas águas captadas em profundidade, surgiu o projecto de concepção que consiste na interligação do poço de captação montante (Porto) à ETA de Lever, permitindo desta forma efectuar o tratamento da referida água na ETA, podendo-se recorrer a essa via caso ocorra qualquer situação anómala na albufeira que impossibilite, temporariamente, a captação à superfície recentemente construída. Assim sendo ,esta obra teve também por objectivo a elaboração do reforço parcial da capacidade de tratamento da ETA através da instalação da 2ª fase do pré-tratamento e o fornecimento, montagem e arranque dos equipamentos electromecânicos associados. O reforço definitivo de capacidade só será realizado no futuro com a ligação da captação de jusante (V. N. de Gaia) à ETA de Lever. Estão descritas as várias etapas de tratamento e todos os mecanismos de controlo. A remoção do manganês é realizada por via química, promovendo a sua precipitação com permanganato de potássio. O Doseamento de reagentes é uma das fases mais importante do todo o processo, assim como o seu armazenamento. A etapa de pré-tratamento foi concebida de forma a reduzir a turvação da água bruta desde um valor máximo de 100 NTU para valores inferiores a 10 NTU. A capacidade de produção útil foi modulada em três unidades, em paralelo, com a capacidade unitária de 133 000 m3/d, para um caudal total máximo de 400 000 m3/d. A primeira unidade já se encontrava instalada, referindo-se esta obra à construção da segunda unidade. Quando em funcionamento com a água superficial da albufeira, não são utilizados reagentes químicos como auxiliares do processo de tratamento, de forma a evitar contaminação dos efluentes com substâncias estranhas às existentes na água captada na albufeira de Lever.

Autores:

António Lucas Nunes

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