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Conflito (I. conflict)

Situação que envolve uma tomada de decisão, onde dois ou mais atores sociais possuem interesses e objetivos divergentes.

Segundo Scialabba1 conflitos surgem quando os interesses de duas ou mais partes colidem e pelo menos uma das partes tenta impor seus interesses às custas dos interesses da outra parte. Em um conflito, os atores sociais mobilizam estrategicamente recursos de poder que dispõem, cuja distribuição é tipicamente assimétrica, e adotam cursos de ação para atingir seus objetivos.
No âmbito costeiro, conflitos são situações ou circunstâncias onde ocorre uma divergência forte e persistente de posições (relacionadas com necessidades, valores, etc.) entre usuários e outros atores sociais, representando um obstáculo para a gestão de uma área costeira específica (Rijsberman2).
A entidade canadense de oceanografia e pesca3 define conflito como sendo aquela situação na qual uma ou mais partes entendem que a habilidade de atender suas necessidades ou de manter seus posicionamentos encontra-se em oposição direta à habilidade de outras partes em atenderem as suas necessidades ou manterem seus posicionamentos. Essa mesma entidade afirma ainda que geralmente a percepção de conflito é resultado de uma avaliação inicial, baseada em informações limitadas. Fundamentalmente, é a maneira de como lidar com o conflito que pode ser considerada boa ou ruim, e não o conflito em si. 
Diversas técnicas foram desenvolvidas para a resolução dos conflitos, objetivando o consenso, situação na qual todos os atores concordam com o resultado alcançado. Como é referido por Sorensen & McCreary4, a gestão costeira integrada está fundamentalmente preocupada em resolver conflitos entre usuários costeiros e determinar a forma mais apropriada de uso dos recursos disponíveis na zona costeira.
A título de exemplo, pode-se citar o estado brasileiro de Santa Catarina, onde Arana5 identificou conflito entre pescadores artesanais e maricultores, onde os primeiros reclamam que a maricultura dificulta o acesso dos pescadores ao mar e torna a atividade pesqueira mais perigosa, além de depredar os costões rochosos.  Por outro lado, os moradores alegam que a maricultura causa poluição visual, degradando a paisagem. [WMW]   / Ator social

 1 Scialabba, N. (ed.) (1998). Integrated coastal area management and agriculture, forestry and fisheries. FAO Guidelines. Environment and Natural Resources Service, FAO, Rome. 256 p. http://www.fao.org/docrep/W8440E/W8440e22.htm
2 Rijsberman, F.R. (ed.) (1999). Conflict Management and Consensus Building for Integrated Coastal Management in Latin America and the Caribbean. Inter-American Development Bank, Wasgington D.C. 63p.
3 Fisheries and Oceans Canadá (2005). Conflict, collaboration and consensus in the Eastern Scotian Shelf Integrated Management (ESSIM) Initiative. Prepared by BLSmith Groupwork Inc. Ocean and Coastal Management Report 2005-05. Nova Scotia, 27 p.
4 Sorensen, J.C. & McCreary, S.T. 1990. Institutional arrangements for managing coastal resources and environments. Second edition (revised). Renewable Resources Information Series Coastal Management Publications No. 1. 193 pp.
5 Arana, L. V. (2003). Gestão da aqüicultura em ambientes multi-usuários: estudo de caso da maricultura na baía de Florianópolis, Santa Catarina. http://www.comciencia.br/reportagens/litoral/lit14.shtml