Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos,

Durante o passado mês de agosto foi publicado mais um importante relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, 6.ª avaliação). Este documento evidência a incapacidade da sociedade em reagir à ameaça do aquecimento global e dos seus elevados danos, havendo alterações que serão já irreversíveis. É referido o inequívoco contributo da ação antropogénica no aquecimento da atmosfera, do oceano e do solo, havendo que obrigatoriamente alterar comportamentos para reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa e, assim, reduzir as consequências funestas que já se fazem sentir (2021). As Alterações Climáticas poderão já ser as responsáveis: pela redução da produção de alimentos (menores áreas com possibilidade de serem utilizadas para a agricultura, devido a modificações na disponibilidade hídrica e no solo) e pelo aumento da fome no mundo (agravado pelo contínuo aumento da população); pelo aquecimento extremo nos EUA e Canadá, na região da costa da América do Norte voltada para o oceano Pacífico (várias dias com temperaturas superiores a 40ºC); pelas inundações resultantes de precipitações recordes na Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Suíça; pelos incêndios descontrolados na tundra siberiana e na zona mediterrânica (Grécia, Sicília, Turquia). Todos estes fenómenos com consequências e custos ambientais, patrimoniais, económicos e humanos gravíssimos.

Contudo, verifica-se que uma parte significativa das consequências nefastas destes fenómenos extremos, que ocorreram também no passado (sem impulso das Alterações Climáticas), estão já potencialmente avaliadas e resultam em grande medida do incorreto desenvolvimento do território e de falhas nos sistemas de prevenção e proteção, que tornam a humanidade mais vulnerável.

Portanto, há que não desistir e estar vigilante e alterar comportamentos, tanto na ocupação do território, de modo a evitar expor a sociedade às catástrofes naturais (e.g. inundações, secas, tempestades, ondas de calor, furacões, tornados e incêndios florestais graves) e antropogénicas (e.g. colapso de infraestruturas, poluição atmosférica e terrestre), como na seleção das soluções de desenvolvimento socioeconómico (e.g. desenvolvimento e utilização de tecnologias mais adequadas à preservação do ambiente e reduzir significativamente a utilização de energia de origem fóssil).

O destaque desta semana é o projeto AGIR - Avaliação da Eficiência do uso da água e da energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas que, face à sua relevância para a preservação dos recursos hídricos, será apresentado no próximo dia nacional da água (1 de outubro). O workshop final do projeto AGIR está a ser preparado pela APRH e pelo Grupo Operacional do AGIR, numa sessão online, para dar a conhecer o inovador trabalho desenvolvido e os resultados obtidos.

A eficiência do uso da água e da energia é uma componente fundamental para a sustentabilidade dos sistemas hidroagrícolas que envolvem a captação, transporte, distribuição aos regantes, constituindo uma das principais preocupações das entidades gestoras destes sistemas. Ciente desta preocupação e da importância em conhecer e melhorar a eficiência hídrica e energética dos sistemas de regadio em Portugal, a FENAREG agiu e desafiou vários parceiros com o objetivo desenvolver um sistema de avaliação de desempenho uniformizado, que permitisse quantificar a eficiência do uso da água e da energia nas infraestruturas de rega dos aproveitamentos hidroagrícolas, equivalente ao dos sistemas urbanos, mas adaptado à realidade destes aproveitamentos. Assim surgiu o Projeto AGIR.

Destacamos ainda um breve relato do XIX SILUBESA – Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que decorreu entre 25 e 27 de agosto, em formato online, e que aproveitamos agora para resumir, ilustrando também com imagens de alguns momentos do evento. Mais informação sobre os resultados do congresso poderá ser consultada no próprio site: http://abes-dn.org.br/abeseventos/19silubesa/. Aproveitamos ainda para chamar a atenção para a data limite de submissão de resumos para o X Congresso sobre Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa, cujo prazo termina já neste domingo, dia 19.

Como normalmente, divulgamos mais notícias relacionados com os recursos hídricos, esperando estimular o interesse dos associados a participar nas iniciativas e estar mais e melhor informado.

Esperando que as férias tenham sido boas e retemperadoras de forças, deixamos os votos de um bom ano de trabalho, acompanhando a nossa newsletter e todas as atividades da APRH.

A Comissão Diretiva da APRH

 

Relato do XIX SILUBESA

Decorreu entre 25 e 27 de agosto, em formato online, o XIX SILUBESA – Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

A ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental em parceria com a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos – APRH e a Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental – APESB promoveram este evento, que desde 1984 e ao longo de 37 anos, manteve a organização do Simpósio em anos pares, alternadamente em Portugal e no Brasil. O SILUBESA atingiu um reconhecido prestígio, por constituir um espaço privilegiado de transferência de conhecimento e de discussão e debate de questões essenciais para os avanços da Engenharia Sanitária e Ambiental e áreas afins, em Portugal e no Brasil. Na edição deste ano (inicialmente prevista para abril de 2020, em Recife, mas transferida para agosto de 2021 em função das restrições resultantes da COVID-19), o simpósio teve como tema principal “Mudanças Climáticas: novo desafio para o saneamento ambiental”.

Como é comum neste tipo de eventos, o simpósio resultou de um longo trabalho desenvolvido pela Comissão Organizadora, onde se destaca o contributo da Professora Susana Neto, em representação da APRH. A imagem seguinte ilustra um momento de uma das reuniões entre diversos elementos da Comissão Organizadora, que antecederam o próprio simpósio. Estas reuniões permitiram também uma transição entre as direções cessantes e atuais da APRH e da APESB (imagem da reunião da comissão organizadora, realizada a 23 de agosto de 2021).

A organização proporcionou um evento online com todas as componentes habituais nos SILUBESA, como mostra a imagem que representa o acesso ao site do simpósio.

A cerimónia de abertura, realizada no dia 25 de agosto, contou com a intervenção do presidente da Comissão Diretiva da APRH, Professor Carlos Coelho. O Presidente da APRH aproveitou para referir o acordo de cooperação assinado entre a ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (e Ambiental) e a APRH – Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, a 22 de novembro de 1982, o qual esteve na génese do SILUBESA. De facto, foi na sequência desse acordo, que de 26 a 30 de setembro de 1984 decorreu o 1º SILUBESA - Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Deste então foram realizadas 18 edições do simpósio.

Durante a cerimónia de abertura do XIX SILUBESA também foi prestada homenagem ao Eng. João Bau, através dos depoimentos por parte de Portugal (Susana Neto) e do Brasil (Josper Padrão). O Eng. João Bau, antigo presidente da Comissão Diretiva da APRH, foi um dos grandes impulsionadores da relação entre Portugal e Brasil no âmbito da Engenharia Sanitária e Ambiental, tendo assegurado a responsabilidade Portuguesa da organização de diversas edições do SILUBESA.

Ao longo dos três dias em que decorreu, o XIX SILUBESA contou com a realização de 10 painéis temáticos e diversas sessões de apresentação de trabalhos técnicos. O painel inaugural, intitulado “Saúde global e mudanças climáticas” contou com a presença de Susana Neto e de Paulo Ramísio, representando Portugal como comentadores da sessão. Este painel permitiu uma reflexão sobre vários assuntos, resultando no alerta de que as alterações climáticas trazem novos riscos e potenciam um crescente número de desigualdades sociais. De facto, os problemas não são apenas técnicos, mas também societais, pelo que as respostas têm que ser dadas de forma distinta do que tem sido feito até aqui. Foi realçada a importância do conhecimento científico para apoio às decisões políticas. O conhecimento científico é necessário e tem que ser respeitado. O sistema de governança tem que ser motivado pelas questões transversais, que englobem o saneamento básico, alimentação, agricultura, ambiente, etc.

Ao longo dos três dias, nos restantes painéis, intervieram reputados especialistas Portugueses e Brasileiros, abordando diversos temas e relevantes questões legais sobre o saneamento (como o novo marco regulatório no Brasil), a relação entre o clima e a escassez hídrica, os mecanismos de regulação para fazer face à escassez hídrica, a adaptação e resiliência face às mudanças climáticas e questões de atualidade, como a monitorização do esgoto como forma auxiliar de combate ao COVID, ou a economia circular e logística reversa, pós consumo, entre muitos outros.

O painel de encerramento abordou o tema “A gestão da água, mudanças climáticas e saúde global”, no qual Portugal esteve representado por Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável – CNADS. Duarte Santos não deixou de acentuar a situação de vulnerabilidade de Portugal, tal como a maioria dos países do sul da europa, face à variação climática. Outro tópico nesta sessão foi o dos serviços de águas, em que se verificou que o setor da água tem registado alguns avanços. Tem diminuído as perdas de água nos serviços de distribuição e em relação à agricultura tem havido alguma preocupação com a rega de precisão, para reduzir os consumos de água. Têm-se verificado menos resultados nas zonas costeiras, por exemplo, com questões como a preocupação em relação à subida do nível do mar. Segundo o especialista, regista-se pouco sucesso nas questões dos incêndios florestais e rurais, com áreas ardidas anuais muito elevadas. Tem havido mais esforço no domínio da transição energética, do que na adaptação, em relação às questões da mudança climática.

No encerramento do evento, foi considerado que o 19º SILUBESA permitiu levar assuntos para a reflexão de todos, juntando as experiências de Portugal e do Brasil, pelo que se considera que cumpriu os seus objetivos. Mais informação sobre os resultados do congresso poderá ser consultada no próprio site: http://abes-dn.org.br/abeseventos/19silubesa/

Desta forma, é com expectativa que ficamos a aguardar o 20º SILUBESA, previsto já para 2022, em Portugal. Seguramente, vamos mantê-los informados sobre os desenvolvimentos da nova edição, pelo que convidamos a seguirem as notícias na página da APRH.

 

Agenda APRH

Papel
da APRH

Data

Evento

Parceiro

22-24 setembro
2021

5th International Conference on WATER ECONOMICS, STATISTICS and FINANCE

Organizador

1 outubro
2021

Dia Nacional da Água
AGIR: Avaliação da Eficiência do Uso da Água e da
Energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas

Organizador

21 outubro
2021

Jornadas Técnicas APRH de Hidroenergia 2021

Parceiro

11-12 novembro
2021

XI Congreso Ibérico de Agroingeniería

Coorganizador

6-10 dezembro
2021

X Congresso sobre Planeamento e Gestão das
Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa

Parceiro

21-23 fevereiro
2022

TEST&E 2022

Coorganizador

6-7 junho
2022

6.ª Conferência sobre Morfodinâmica Estuarina e Costeira


Faltam 2 dias para o encerramento da Submissão de Trabalhos. Participe!

Fique atento(a) às datas importantes do X Congresso sobre Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa.

Dia Nacional da Água - AGIR

A inscrição é gratuita, mas necessária. Inscreva-se AQUI para receber o link e poder assistir à sessão.

3º Curso de Dragagens | 7 e 8 de outubro de 2021

O 3º Curso de Dragagens é já nos dias 7 e 8 de outubro de 2021, em regime presencial, na Universidade de Aveiro.

Face aos graves problemas de erosão costeira do país e às medidas de mitigação com recurso cada vez mais frequente de alimentações artificiais de sedimentos, esta 3ª edição será focada na sustentabilidade do litoral, seguindo, um modelo similar às duas edições anteriores (1ª Edição, em 2009 e 2º Edição, em 2013).

A APRH é apoiante e será representada no evento pelo Prof. Carlos Coelho, Presidente da CD da APRH.

Dada a evolução favorável da situação pandémica, estão reunidas as condições para o evento ser presencial. A Comissão Organizadora tomou assim diversas medidas para prevenir a transmissão da COVID-19. Nomeadamente, a sala onde decorrerão as sessões plenárias será um anfiteatro de maior dimensão, para permitir o afastamento entre os participantes, e o layout da exposição técnica foi desenhado de modo a minimizar o risco de transmissão. Será pedido aos delegados que tomem também medidas pessoais adequadas, nomeadamente através do uso de máscara, bem como a adoção das medidas de combate à Covid-19 em vigor.

Eventos que decorreram esta semana

Lisboa E-Nova promove Workshop sobre a circularidade do recurso água nas cidades

A Lisboa E-Nova – Agência de Energia e Ambiente organizou, com o apoio da FCT-UNL, no dia 15 de setembro, da parte da tarde, via Zoom, o Workshop “Circularidade do recurso água nas cidades” com o objetivo de debater a questão da utilização de água reutilizada, através da partilha, disseminação e transferência de conhecimento, no âmbito do projeto europeu CEMOWAS2.

Outros eventos

Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional

 

Coastwatch quer ajudar os portugueses a serem ambientalmente mais responsáveis

10 de setembro

Ministro e secretária de Estado do Ambiente marcam presença no ENEG 2021

10 de setembro

Estação Elevatória de Ouressa ganha nova cores

8 de setembro

Águas Públicas do Alentejo na linha da frente pela segurança hídrica do território

7 de setembro

AdCL adota solução inovadora na ETAR de Olhalvas

6 de setembro

INDAQUA instala mais de 800 painéis fotovoltaicos e garante operação mais sustentável

6 de setembro

Produção vitivinícola alentejana respeita os recursos naturais, a biodiversidade e o ritmo da natureza

6 de setembro

Comunidade de ambientalistas testa em Portugal modelo para recuperar ecossistemas

1 de setembro

PT Global Water Awards 2020-21: candidaturas

Os prazos para receção de candidaturas foram alargados até ao próximo dia 30 de setembro 2021.

Relembramos que os prémios de internacionalização do sector da água - PT Global Water Awards são uma iniciativa conjunta da PPA com o jornal Água&Ambiente que reconhece o esforço das empresas / entidades no setor da água em mercados externos.

Regulamento e a Formulário de Candidatura dos PT Global Water Awards.

Aguardaremos com expectativa as vossas candidaturas até ao próximo dia 30 de setembro, quinta-feira, no e-mail: [email protected].

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Tel. 21 844 34 28
Site: www.aprh.pt| Email: [email protected]

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