Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos,

Entre 18 e 20 de outubro decorreu o IX Congresso Nacional de Rega e Drenagem (CNRD), no Instituto Politécnico de Beja, evento comemorativo do 45º Aniversário da APRH, promovido pelo Centro de Competências para o Regadio (COTR) e coorganizado com a Comissão Especializada da Água, Agricultura e Florestas (CEAAF). O evento intitulado “A Sustentabilidade do Regadio - Desafios e Oportunidades” reuniu mais de 150 congressistas e discutiu quatro dimensões estratégicas e impactantes para o lema do congresso, traduzidas pelos 4E (Eficiência – Inovação, Energia, Economia e Ecologia). O evento contou com o envolvimento de quatro keynotes speaker e de oradores convidados especialistas, que permitiram aprofundar as dimensões da sustentabilidade, havendo a possibilidade de promover uma troca de opiniões, como resultado das questões colocadas pelos moderadores, e transmitir diversos números sobre o regadio nacional, contando com a dimensão humana traduzida pela apresentação da “Jornada do Migrante- Um problema Global” e a importância de integração dos valores ecológicos para a produtividade agrícola (equilíbrio entre água e energia), como o garante da sobrevivência da agricultura e da sociedade atual.

O congresso contou igualmente com diversas comunicações de trabalhos recentemente desenvolvidos, enquadrados em projetos de investigação, cujos resultados contribuirão para o desenvolvimento do regadio, em equilíbrio com os valores atuais de uma sociedade exigente, na forma como utiliza os recursos naturais, recorrendo à monitorização e às tecnologias inovadoras, e.g. imagens de satélite, drones, sensores e inteligência artificial. Ficou claro a mais-valia em continuar e a aprofundar a capacitação do setor, que envolve os agricultores e empresários agrícolas, as entidades gestoras e todas as empresas que interagem e que prestam serviços no setor.

No âmbito do IX CNRD foi efetuada uma bonita homenagem ao Eng.º agrónomo João Campelo, com uma carreira profissional brilhante, Homem crítico, brincalhão, com ideias, mas que aceitava outras ideias. Foi Vice-Presidente do Instituto de Estruturas Agrárias e Desenvolvimento Rural, Vogal do Conselho de Administração da EDIA e Presidente da Mesa da Assembleia Geral do COTR, entre outros cargos. A homenagem esteve a cargo do Eng.º António Campeã da Mota e do Eng. Jorge Vazquez.

Recordamos que estão previstas iniciativas comemorativas dos 45 anos da APRH e para os quais desafiamos os associados e simpatizantes da associação a participarem, designadamente nos próximos dias 6-11 de novembro (15.º SILUBESA), 16 novembro (Repensar a Energia Hídrica Portuguesa em contexto de crise energética) e 21-24 março (16º Congresso da Água – Viver com a Água).

Igualmente, convidamos os Associados individuais e coletivos da APRH para partilharem ideias/opiniões, através de notícias ou artigos de opinião (com a dimensão máxima de 1 página A4, a enviar para [email protected] ).

Como habitualmente, trazemos mais notícias sobre os recursos hídricos, esperando que suscitem curiosidade e vontade de partilha de saberes.

Desejamos um bom fim-de-semana!

A Comissão Diretiva da APRH

 

16º Congresso da Água

No site do 16º Congresso da Água, pode encontrar todo o material informativo e de divulgação do congresso (boletim e poster), bem como inscrever-se numa das várias modalidades, ou submeter o seu resumo ao congresso.

Conclusões do IX Congresso de Rega e Drenagem

Pedro Reis1

O IX Congresso de Rega e Drenagem, realizado nos passados dias 18 a 20 de outubro, no Instituto Politécnico de Beja, teve como tema A sustentabilidade do regadio: desafios e oportunidades, com quatro sessões assentes nos 4E: Eficiência, Energia, Economia e Ecologia. A tecnologia é essencial para sobrevivência das organizações e das empresas. A digitalização (dos sensores, IoT e rede 5G, até processamento de imagens e análise de dados), são exemplos de ferramentas essências para o aumento da produtividade e da eficiência (e da compatibilização e incremento de sinergias entre a agricultura e o ambiente). Apresentado um exemplo da duplicação da produção, nos últimos 20 anos, com a mesma dotação de água rega. Os efeitos das alterações climáticas vão causar o aumento de 16% a 27% das necessidades de rega das culturas nos aproveitamentos hidroagrícolas (AH), nas próximas décadas. A produção no regadio coletivo é estimada em 1 242 M€, equivalente a cerca de um quarto do valor da produção vegetal. Salientada a importância do investimento na capacidade de armazenamento das disponibilidades hídricas, para enfrentar os efeitos das alterações climáticas e foi referido como uma questão central para a competitividade da agricultura nacional.

Os agricultores e os AH têm de caminhar para uma maior independência energética, como forma de reduzir os custos e a pegada ecológica. As comunidades de energia são um caminho a seguir, assim como a produção de energia a partir da biomassa proveniente de subprodutos agrícolas. A EDIA já produz 16% da energia elétrica que consume, através de mini-hídricas e de outras fontes de energia renováveis, e pretende ser 100% autónoma no consumo de energia.

Abordado o caso dos migrantes em Odemira. É uma questão mais ampla do que o local e que deve, inclusive, ser abordada a nível da União Europeia. Apresentado o mapeamento da cadeia de valor do trabalhador migrante, que é altamente rentável, nalguns pontos sujeita à sua captura por redes ilegais. Portugal deve promover a integração cultural, nos dois sentidos e as empresas devem pensar a longo prazo e promoverem a autorregulação.

O regadio é crucial para a viabilidade económica de várias culturas, tem também um impacte indireto noutras atividades económicas e sociais, e um grande impacto nas exportações (e.g. em 8 000 ha de regadio no AH do Mira são produzidas 15% das exportações nacionais de frutas e legumes). Apesar da superfície irrigável representar cerca de 16% da superfície agrícola utilizável, o regadio está presente em 46% das explorações agrícolas, o que ilustra a sua importância para a viabilidade de alguns sistemas predominantemente de sequeiro. O regadio tem tido um efeito positivo em Odemira também a nível social: crescimento demográfico e rejuvenescimento no concelho; cerca de 50% dos formandos da Escola Profissional ficam no concelho; e cerca de 15% dos trabalhadores instalados no concelho, são pessoas altamente qualificadas provenientes de outros locais do País.

A variabilidade interanula das disponibilidades hídricas, tem desafios acrescidos em anos de maior escassez de água. As culturas anuais funcionam como amortecedores em anos de maior escassez. O escalonamento tarifário da água pode incentivar o uso mais eficiente da água, mas é preciso ter em atenção as dotações de referência para cada tipo de cultura.

É necessário investir nas águas de origem artificial: águas para reutilização (ApR) e na dessalinização da água do mar. Portugal tem um baixo nível de tratamento de água residuais (apenas 1,1% contra 10% em Espanha), devendo também legislar-se para se criar um modelo económico para as ApR. Poderá ser estimulada a utilização de uma determinada percentagem de água dessalinizada na água de rega, mesmo com custos mais elevados, que poderão representar 1% a 2% do volume de vendas, mas ter um retorno positivo.

Reforçada a necessidade de medição dos usos e consumo de água, assim como rastreamento do uso da água. Mas, é preciso ter me atenção que para determinados tipos de regadio e de contextos tem de se encontrar diferentes metodologias de medição. Cerca de metade dos investimentos apresentados no Estudo «Regadio 20|30», são para a reabilitação de perímetros de rega antigos, nomeadamente ao nível da redução dos custos energéticos e das perdas de água. Os açudes têm benefícios para a rega e para alguma fauna, e perturbam muito pouco a vida aquática (e.g. são infraestruturas que permitem o fluxo de peixes).

Apresentados os benefícios, para o ambiente e para a agricultura, das infraestruturas ecológicas (IE) verdes-azuis. É preciso identificar que serviços regulatórios é que prestam e a qual é o nível mínimo que deve ser assegurado para não perderem a sua função. A IE devem ser complexas e com água; deveríamos ter 15% a 20% da área com IE; e a gestão da vegetação é importante. Um exemplo do seu valor: os serviços de predação (de pragas), pode aumentar cerca de 55% na proximidade de IE arbóreas.

A concluir, a homenagem sentida ao Eng.º João Campelo. Testemunhadas as suas competências técnicas e o seu carácter humano e capacidade de agregar vontades e encontrar soluções.

1 Presidente da APDEA e da SCAP. Agradeço ao Eng.º Gonçalo Tristão e à jornalista Nélia Silva as notas para a elaboração das conclusões do dia 18. O presente texto não foi revisto pelos oradores pelo que qualquer falha, erro ou omissão é da inteira responsabilidade do autor.

 

Agenda APRH

Papel
da APRH

Data

Evento

Coorganizador

6-11 novembro 2022

15.º SILUSBA

Coorganizador

16 novembro 2022

Repensar a Energia Hídrica Portuguesa em contexto de crise energética

Organizador

29 novembro 2022

7as Jornadas de Restauro Fluvial

Organizador

21-24 março 2023

16.º Congresso da Água: “Viver com a Água”

Organizador

Nova data a definir

45 anos da APRH - Contributos do Núcleo Regional Norte da APRH para a gestão e preservação dos recursos hídricos
na região

Organizador

Nova data a definir

9º Seminário da APRH-NRNorte


Magos Irrigation Systems celebra 30 anos com mesa redonda “Desafios do regadio para a próxima década”

Water: a shared responsability

Water: a shared responsability irá decorrer no próximo dia 27 de outubro, organizado pela Embaixada de Portugal em Israel, e que contará com a participação do Senhor Ministro do Ambiente e da Ação Climática.
O evento terá enfoque na dessalinização, reciclagem da água e gestão da água.
A participação no evento é gratuita mas está sujeita a inscrição prévia.

O desafio estrutural da escassez de água: conheça o painel! (com vídeo)

"Todos estamos conscientes que a escassez da água é um problema atual e premente, todos o vivenciamos de alguma forma”, sublinha Leonor Amaral, professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, que irá moderar o painel “O desafio estrutural da escassez de água”, previsto para o próximo dia 22 de novembro, no âmbito da 17.ª Expo Conferência da Água.
A seca que o país atravessa tornou ainda mais evidente este problema estrutural e importa conhecer, analisar e debater as medidas de política pública, que podem e devem ser tomadas.
O vice-presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, José Pimenta Machado, será o keynote speaker do painel da 17.ª Expo Conferência da Água. Na mesa-redonda que se segue participam o consultor Pedro Serra; o antigo Presidente do Instituto Nacional da Água, Orlando Borges; e o grupo Águas de Portugal.
Do armazenamento de água ao papel da reutilização, as principais soluções em cima da mesa serão esmiuçadas no evento de referência do setor da Água, tendo em vista não só a resposta urgente ao momento presente, mas também a necessidade de preparar o país para um futuro em que a escassez de água é um desafio cada vez mais quotidiano.

20.º Encontro de Engenharia Sanitária e Ambiental (20 ENaSB)

O 20 ENaSB irá decorrer de 24 a 26 de Novembro, na NovaSBE, em Cascais, um evento em co-organização com o Município de Cascais e a Nova SBE.
A Comissão Organizadora decidiu adiar o prazo de inscrição a preço reduzido para o próximo dia 31 de Outubro de 2022. Mais informações podem ser consultadas no website do evento

O Professor Carlos Coelho, Presidente da APRH, irá participar na Mesa Redonda 2 do 15º SILUSBA, no dia 7 de novembro, noAuditório 03 / Centro de Convenções do SENAC Caruaru - PE.

Conferência AQUASHARE 2022: "O papel da Água Subterrânea, no Desenvolvimento do País"

A Conferência AQUASHARE 2022: “O papel da Água Subterrânea, no Desenvolvimento do País” irá realizar-se de 23 a 25 de novembro 20022, em Maputo - Moçambique.
O tema da Conferência AQUASHARE 2022 foi inspirado no ano 2022 dedicado à Água Subterrânea e vai procurar trazer a nível técnico através da investigação e inovação, a problemática deste recurso invisível em Moçambique, propor soluções sustentáveis que contribuam para o seu melhor conhecimento e aproveitamento, de modo a contribuir na implementação do Programa Quinquenal do Governo 2020-2025 e do Plano de Acção do Sector para o alcance dos ODS6, tendo em conta as vulnerabilidades introduzidas pelas mudanças climáticas. Os resultados da Conferência vão contribuir para a redinamização da gestão de águas subterrâneas em Moçambique.
A submissão de resumos das comunicações a serem apresentados neste evento deverá ser feita até ao dia 30 de Outubro de 2022, através dos endereços electrónicos da organização [email protected] e [email protected].

Outros eventos

Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional

 

APIN vai investir de 653 mil euros para melhorar eficiência hídrica em Pampilhosa da Serra

18 de outubro

TransforMAR: “Há um longo caminho a ser percorrido em prol dos nossos oceanos e da preservação dos habitats marinhos”

17 de outubro

Portugal regista cinco ondas de calor no ano hídrico de 2021/22

17 de outubro

HYDRALOOP®: Economizar até 45%em água

O novo equipamento da Environmental Waves distingue-se pela sua capacidade de tratar as águas cinzentas e permitir a sua reutilização de diversas formas

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