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Volume 20, Issue 3 - September 2020

 

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Revista de Gestão Costeira Integrada
Volume 20, Issue 3, September 2020, Pages 197-209

DOI: 10.5894/rgci-n337
* Submission: 7 JAN 2020; Peer review: 1 MAR 2020; Revised: 7 MAY 2020; Accepted: 7 MAY 2020; Available on-line:26 AGO 2020

Indicadores de vulnerabilidade de erosão costeira: Um estudo de caso no Norte de Portugal

Ana Bio@ 1, José Alberto Gonçalves2, José Pinho3, Luís Vieira4, José Vieira5, Gueorgui Smirnov6, Luísa Bastos7


@ Correesponding author: [email protected]
1 CIIMAR - Universidade do Porto
2 CIIMAR & Fac. Ciências, Universidade do Porto, [email protected]
3 Universidade do Minho, [email protected]
4 Universidade do Minho, [email protected]
5 Universidade do Minho, [email protected]
6 Universidade do Minho, [email protected]
7 CIIMAR & Fac. Ciências, Universidade do Porto, [email protected]


RESUMO
A gestão costeira enfrenta grandes desafios relacionados com a crescente vulnerabilidade resultante do impacto de atividades antrópicas como o turismo, urbanização crescente e instalação de infraestruturas, ao que se associa um crescente risco decorrente dos impactos de alterações climáticas. Uma gestão costeira integrada requer, assim, a avaliação da vulnerabilidade e dos riscos costeiros em cenários de alterações climáticas, relacionados com a subida do nível médio do mar ou o aumento de frequência e intensidade de eventos extremos. Neste trabalho apresenta-se a metodologia seguida no âmbito do projeto MarRisk, para a determinação e quantificação de diversos indicadores morfométricos e morfodinâmicos de vulnerabilidade, baseada na classificação de praias e em modelos digitais de terreno e superfície, obtidos a partir de levantamentos de LiDAR e de fotografia aérea, de 2011, 2017 e 2018. Os resultados obtidos para a costa norte de Portugal, entre Espinho e Caminha são apresentados e discutidos. As metodologias aplicadas permitiram obter imagens de elevada resolução (ortofotos) e indicadores morfométricos (posição da linha de praia, largura e volume de praias e dunas, declive da face da praia) e morfodinâmicos (variações da posição da linha de praia e do volume observadas entre levantamentos) para a área de estudo. Observou-se, em média para toda a área de estudo, estabilidade da linha de praia entre 2011 e 2017, mas uma regressão de mais de 17 m entre 2017 e 2018, o que pode, em parte, dever-se a efeitos sazonais. Quanto ao volume do sistema praia/dunas, observou-se uma (aparente) acentuada acreção de 10% entre 2011 e 2017, e erosão de 2% entre 2017 e 2018. Contudo, demonstramos que o modelo digital de terreno obtido a partir do levantamento com LiDAR não é diretamente comparável com os modelos digitais de superfície produzidos no âmbito do projeto, e que o aumento de volume observado é, pelo menos em parte, devido à diferença de metodologias e não a uma real acreção. Sugere-se a implementação de um plano de monitorização preventivo, baseado em métodos normalizados definidos a partir do conhecimento adquirido relativo às dinâmicas instaladas nesta região.

Palavras-chave: Vulnerabilidade Costeira, Erosão Costeira, Riscos Costeiros, Morfodinâmica.

ABSTRACT
Coastal management is challenging given the increasing vulnerability due to impacts of human activities, like tourism, growing settlements and development of infrastructures, associated with the growing risk of climate change impacts. Integrated Coastal Zone Management thus requires an evaluation of coastal vulnerability and risks for climate change scenarios, which predict sea-level rise and an increase in the frequency and intensity of extreme events. In this work, the methodology used to quantify several morphometric and morphodynamic vulnerability indicators, in the scope of the MarRisk project, is presented. Indicators are determined based on beach classification and on digital terrain and surface models, derived from LiDAR and aerial photography survey data, collected in 2011, 2017 and 2018. Results obtained for the Northern-Portuguese coast are presented and discussed. The applied methodology resulted in high-resolution imagery (orthophotos) and in morphometric (shoreline position, beach and dune width and volume, shoreface slope) and morphodynamic (changes of shoreline position and beach/dune volume between surveys) indicators for the study area. On average, and for the whole area studied, the coastline was stable between 2011 and 2017, but retreated more than 17 m between 2017 and 2018, which can be partly attributed to seasonal effects. The beach/dune volume (apparently) increased by 10% between 2011 and 2017 and decreased by 2% between 2017 and 2018. However, we found that the digital terrain model (DTM) based on the LiDAR data cannot be directly compared to the digital surface models (DSM) obtained during the project, as at least part of the observed increase in volume is due to differences in the method and not to real accretion. The implementation of a preventive monitoring plan is suggested, which should use normalized methods, defined according to the knowledge acquired about the dynamics established in the region.

Keywords: Coastal Vulnerability, Coastal Erosion, Coastal Risks, Morphodynamics.