Menu:

 

 

Volume 11, Issue 2 - June 2011

 

Download (432KB, PDF)

 

 

  • Abstract / Resumo
  • References / Bibliografia
  • Citations / Citações

Revista de Gestão Costeira Integrada
Volume 11, Número 2, Junho 2011, Páginas 155-161

DOI: 10.5894/rgci205
* Submissão: 19 Março 2010; Avaliação: 4 Maio 2010; Recepção da versão revista: 13 Novembro 2010; Disponibilização on-line: 14 Fevereiro 2011

Utilização das Áreas de Manguezais em Taipús de dentro (Maraú, Sul da Bahia) *

The use of mangrove areas in Taipu de Dentro (Maraú, Southern Bahia, Brazil)

Ricardo O’Reilly Vasques @, 1, 2, William Cristiane Teles Tonini 1, Juan Martín Cuevas 1, Danielle Félix Santos 2, Talitha Araújo Faria 1, Fábio de Carvalho Falcão 1, Daniel dos Reis Simões 1, Renata Lúcia Guedes Batista 2, Erminda da Conceição Guerreiro Couto 1


@ - Autor correspondente / corresponding author: [email protected]
1 - Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Rodovia Ilhéus, Itabuna, km 16, CEP 45.662-000, Ilhéus, BA, Brasil
2 - Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Biológicas, Rodovia Ilhéus Itabuna, km 16, CEP 45.662-000, Ilhéus, BA, Brasil


RESUMO
A utilização de áreas de manguezais e de seus recursos é uma prática comum que sustenta inúmeras populações costeiras. No Brasil muitas delas estão sendo estudadas nos seus aspectos sócio-ambientais, entretanto, poucas pesquisas foram realizadas no litoral sul baiano. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a utilização dos manguezais por parte dos moradores de Taipús de Dentro, enfocando aspectos relacionados à sobrevivência e exploração. Um total de 38 famílias foi entrevistado, aleatoriamente, no mês de outubro de 2003. As áreas de manguezal são utilizadas para moradia, sendo 90% das casas de alvenaria, despejo de lixo doméstico (92%) e instalação de fossas (80%). Foi constatado que 84% dos entrevistados exploram algum recurso do mangue, sendo que cerca de 69% destes, catam e pescam. Dentre os que catam caranguejos, 45% exercem esta atividade somente o período da andada. Para as artes de pesca, o manzuá foi o apetrecho mais mencionado (42%). Com relação aos recursos faunísticos, foi registrada a coleta de crustáceos, sendo o caranguejo o mais explorado (68%), de moluscos, onde a ostra representou 26% e a pesca de 11 tipos de peixes. Foi registrada a exploração da madeira, especialmente para a construção de residências. Foi observado que a exploração dessas áreas é realizada de forma oportunística, como modo de complementação ou substituição de renda.

Palavras-chave:Exploração dos recursos, caranguejo-uçá, lixo domestico, Baía de Camamú.

ABSTRACT
The use of mangrove areas and their resources is a common practice that maintains a lot of coastal populations. Today in Brazil, these populations are been studied in a social and ecological way, however few researches have been made in the South of the Bahia State. The purpose of this work was to describe the use of the mangrove by the Taipús de Dentro´s residents focusing on survival and exploration aspects. A total of 38 families were been interviewed, randomly in October 2003. The mangrove areas are used for building houses, dumping of household waste (92%) and installation of septic tanks (80%). The 90% of the interviewed live in masonry houses. The 84% of the people interviewed explore at least one kind of the mangrove resources. Approximately 69% of theses fish and catch animals. Among those who catch crabs, 45% are engaged in this activity only during the reproductive season. Between the fishing tools, the manzuá was the most mentioned (42%). The crustacean and mollusc catch was registered. Mangrove crab was the most explored crustacean (68%), while oyster (26%) was between the mollusks. The fishing for eleven kinds of fishes and the wood exploration was mention too. The exploration of those areas is carried out in an opportunistic way, as a complementing or replacing income.

Keywords: resource exploration, uçá crab, domestic trash deposition, Camamu Bay.

 

Aguiar Jr. T.R.; Dias, E.J. dos R. (2007) – Comunidades litorâneas afetadas pela pesca com explosivos na Baía de Todos os Santos – BA: uma análise da condição sócio-econômico-ambiental. Candombá - Revista Virtual, 3(1):40–44. ISSN: 1809-0362. Disponível em http://www.fja.edu.br/candomba/2007-v3n1/pdfs/EduardoJoseReisDias
2007v3n1.pdf

Alongi, D. M. (2002) – Present state and future of the world’s mangrove forests. Environmental Conservation, 29(3):331–349. http://dx.doi.org/10.1017/S0376892902000231

Bahiatursa / Instituto Ecotema (2000) – Zoneamento ambiental e diretrizes de uso. Relatório final. Área de Proteção Ambiental da Península de Maraú. Prefeitura Municipal de Maraú, Maraú, BA, Brasil.
http://www.imoveisturisticos.com/relatorio_apa.pdf

Brunet, J. M. S. (2006) – Aratus, caranguejos, siris e guaiamuns, animais do manguezal: Uma etnografia dos saberes, técnicas e práticas dos jovens da Comunidade Pesqueira de Baiacu – Ilha de Itaparica (BA). 163p., Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil. http://www.ppgefhc.ufba.br/dissertacoes/
joana2003.pdf

CEPENE; CEPNOR (2000) – Informes estaduais. Relatório da reunião técnica sobre o estado da arte da pesquisa e ordenamento da cata do caranguejo-uçá no Norte e Nordeste do Brasil. 73p., MMA / IBAMA /

CEPENE /CEPNOR. Tamandaré, BA, Brasil.
Constanza, R.; D`arge, R.; De Groot, R.; Farber, S.; Grasso, M.; Hannon, B.; Limburg, K.; Naeem, S.; O`Neill, R.V.; Paruelo, J.; Raskin, R. G.;

Sutton, P.; Van Den Belt, M. (1997) – The value of the world`s ecosystem services and natural capital. Nature, (387):253-260.
http://dx.doi.org/10.1038/387253a0

Dahdouh-Guebas, F.I.; Van Pottelbergh, J.G.; Kairo, S., Cannicci, N.; Koedam, N. (2004) – Human-impacted mangroves in Gazi (Kenya): predicting future vegetation based on retrospective remote sensing, social surveys, and distribution of trees. Marine Ecology Progress Series, 272:77-92. http://dx.doi.org/10.3354/meps272077

Day, J. W.; JR, W. H., Conner, F.; Ley-Lou, R. H.; Day A. N.; Machado, A. (1987) – The productivity and composition of mangrove forests, Laguna de Terminos, Mexico. Aquatic Botany 27(3):267-284.
http://dx.doi.org/10.1016/0304-3770(87)90046-5.

Fieldman, P. (2001) – Manguezais do rio Santana, Ilhéus, Bahia: caracterização do sistema. Revista de Estudos Ambientais (ISSN: 1983-1501), 3(1):86-94.

Hernández-Cornejo, R.; Koedam, N.; Ruiz Luna, A.; Troell, M.; Dahdouh-Guebas, F. (2005) – Remote sensing and ethnobotanical assessment of the mangrove forest changes in the Navachiste-San Ignacio- Macapule lagoon complex, Sinaloa, Mexico. Ecology and Society, 10(1):16. Disponível em: http://www.ecologyandsociety.org/vol10/iss1/art16

Kaplowitz, M. D. (2001) – Assessing mangrove products and services at the local level: the use of focus groups and individual interviews. Landscape and Urban
Planning, 56(1/2): 53-60. http://dx.doi.org/10.1016/S0169-2046(01)00170-0

Odum, W.E.; Heals, E.J. (1972) – Trophic analysis of an estuarine mangrove community. Bulletin of Marine Science., 22(3):671–738(68). Disponível em http://www.ingentaconnect.com/content/
umrsmas/bullmar/1972/00000022/00000003/art00007

Oliveira, P.E. (2005) – A fragilidade da relação entre a diversidade biológica e cultural nos manguezais da Ilha de Sapinhos, no Município de Maraú, Bahia. 91p., Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. http://www.unbcds.pro.br/publicacoes/
PauloEduardo.pdf

Ostrensky, A. e colaboradores GIA (2002) – Avaliação dos impactos causados durante a aquisição de dados sísmicos sobre organismos marinhos de interesse comercial. 111p., GIA – Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PA, Brasil. Não publicado. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/brnd/round9/round9/guias_R9/sismica_R9/
Bibliografia/GIA-UFPR%202002%20-%20Relat%C3%B3rio%20Impacto%
20da%20Sismica.pdf

Pacheco, R.S. (2006) – Aspectos da ecologia dos pescadores residentes na Península de Maraú – BA: Pesca, uso de recursos marinhos e dieta. Dissertação de Mestrado, 68p., Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. Não publicado. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/
bitstream/ 10482/2195/1/2006_Rodrigo Stolze Pacheco.pdf

Paixão, J.F.; Oliveira, O.M.C. de; Dominguez, J.M.L.; Coelho, A.C.D.; Garcia, K.S.; Magalhães, W.F. (2010) - Relationship of metal content and bioavailability with benthic macrofauna in Camamu Bay (Bahia, Brazil). Marine Pollution Bulletin, 60(3):474-481. http://dx.doi.org/ 10.1016/j.marpolbul.2009.12.002

Pinheiro, M. A. A.; Fiscarelli, A. G. 2001. Manual de apoio à fiscalização do caranguejo-uçá (Ucides cordatus). 143p., Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul do Brasil/IBAMA, Itajaí, Brasil,

Schmidt, A.J.; Oliveira, M.A. e colaboradores (2006) – Plano de ação para o caranguejo-uçá em Canavieiras. 96p., Projeto ALMA – Ambientes Litorâneos da Mata Atlântica, Projeto Ecotuba, Ilha de Comandatuba, BA, Brasil. Disponível em: http://www.cepf.net/Documents/
ecotuba_annex1.pdf

SEMA (2008) – Preservar e recuperar o meio ambiente e sua sustentabilidade. 40p., Governo da Bahia, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Salvador, BA, Brasil. Não publicado. Disponível em: http://www.seplan.ba.gov.br/sgc/arquivos/
20100302_121931_13_Diretriz13_MeioAmbiente_internet.pdf

Silva, I.G. & Nascimento, D.M.C. (2009) – As razões da pesca com explosivos no mar do Subúrbio Ferroviário em Salvador, BA. Anais do XIII Simpósio Nacional de Geografia Física Aplicada, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, M.G., Brasil. Disponível em:
http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/
trabalhos_completos/eixo11/045.pdf

Vasconcelos, J.L.A. (2008) – Biologia do caranguejo-uçá e perfis sócio-econômico e etnobiológico dos coletores em duas áreas de manguezais em Ilhéus, BA. Dissertação de Mestrado, PRODEMA, Universidade Estadual de Santa Cruz, BA, Brasil. 103p. Disponível em:
http://www.uesc.br/cursos/pos_graduacao/mestrado/mdrma/
teses/dissertacao_jussiara.pdf

 

em construção