Caros Associados e Associadas, Colegas, Amigas e Amigos,

Em primeiro lugar, as nossas desculpas por não termos publicado a Newsletter na semana passada em que dois feriados e uma ‘ponte’ virtual tornaram difícil a organização dos temas e recortes de imprensa. Mas aqui estamos hoje, 19 de junho, para retomar os temas que ocuparam as duas semanas.

A APRH esteve ativa em várias frentes, incluindo a publicação online do Manual do Projeto ECH2O ÁGUA que aqui trazemos e tornamos público e acessível a todos os interessados para eventual replicação das ações que foram desenvolvidas entre 2018 e 2020.

Fizémos também uma pequena reestruturação desta NL com introdução de outras atividades nos Eventos e Noticias, em particular a publicação de Artigos. Damos assim as boas vindas neste novo espaço à iniciativa da Comissão especializada de Zonas Costeira e Mar que publica um curto artigo sobre os aspetos de monitorização a considerar neste âmbito. Este artigo ficará disponível na página da APRH e associado à área dedicada à CEZCM. Esperamos que esta iniciativa anime outras CEs a fazerem o mesmo e a enviarem pequenos artigos de opinião, resumos de sessões e eventos que considerem interessantes e que podem ser publicados de imediato aqui e na página da APRH.

Ainda na sequência dos artigos publicados sobre temas do Congresso da Água, recebemos o pedido de republicação aqui e na página da APRH de um artigo do nosso caro ex-Presidente e Associado Fundador João Bau que nos traz uma importante reflexão sobre os problemas do acesso à água (e energia) em contexto de pandemia e crise económica. Este Artigo incorpora também esta nova secção da Newsletter.

Por último, mas não menos importante, o Destaque de hoje é dedicado ao ‘Combate à Desertificação e Seca’ que teve o Dia comemorativo a 17 de junho, nesta semana que passou. Este dia foi instituído pela ONU em 1994 e foi celebrado pela primeira vez em 1995, com o objetivo de sensibilizar as populações e governos quanto à necessidade de cooperação mundial no que respeita a desertificação e a seca, assim como sublinhar a importância do respeito da Convenção da ONU de Combate à Desertificação. O Ponto Focal desta Convenção em Portugal tem estado alojado no ICNF. Diversos especialistas têm chamado a atenção para o aparente ‘esquecimento’ deste grave problema em Portugal. Maria José Roxo, Professora Catedrática do departamento de Geografia e Planeamento Regional da NOVA FCSH, lamenta que “em Portugal, o fenómeno da desertificação continue a ser confundido com despovoamento, facto que tem dificultado a implementação de medidas de remediação e de recuperação dos solos e dos ecossistemas degradados” e refere que os dados a nível global são “verdadeiramente dramáticos”, com mais de dois mil milhões de hectares de terras que eram produtivas em estado de degradação; mais de 70% dos ecossistemas naturais alterados, com previsões de que possam atingir os 90 % em 2050; necessidade de mais 300 milhões de hectares de terras para produção de alimentos em 2030; e previsões de sobre utilização de terras para a produção de fibras têxteis (referindo que apenas a industria da moda poderá ser responsável por mais 35%, mais de 115 milhões de hectares, uma área equivalente ao tamanho da Colômbia).

No Dia Mundial da Combate à Desertificação e à Seca, em que este ano se assinalam também três anos do trágico incêndio florestal de Pedrógão Grande, outras organizações como a Quercus lamentam que “pouco tenha mudado na recuperação da Floresta Autóctone em Portugal e exige um reforço do investimento público para combater a seca e a degradação do território”, posição que subscrevemos totalmente. Ainda segundo a Quercus e outros investigadores, a área de zonas desertificadas, áridas e semiáridas não para de aumentar desde 1994 em Portugal, havendo pelo menos um terço do território que já se encontra em situação degradada. O fenómeno da aridez dos solos agrava-se no Alentejo e Algarve e está a expandir-se progressivamente para outras zonas do território. As alterações climáticas e o aumento da temperatura média, que provocarão, inevitavelmente, a expansão da desertificação em Portugal, tornam necessárias medidas urgentes de proteção dos solos e das florestas, para contrariar esta tendência. As secas, as más práticas de mobilização dos solos, o aumento da agricultura intensiva e a desflorestação contribuem também para o aumento da desertificação. Por todos estes motivos, é cada vez mais relevante acentuar a necessidade de promover planos de adaptação e de contingência que envolvem uma governança da água muito focada nas interfaces com o território, os ecossistemas e o desenvolvimento humano (social, económico, ambiental).

Oferecemos, como habitualmente, leitura e consulta de temas e noticias que considerámos de interesse nestas duas semanas. Desejamos um bom fim de semana.

A Comissão Diretiva da APRH (biénio 2018-2019)

 

Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação - 17 de junho

Este dia foi instituído pela ONU em 1994 e foi celebrado pela primeira vez em 1995, com o objetivo de sensibilizar as populações e governos quanto à necessidade de cooperação mundial no que respeita a desertificação e a seca, assim como sublinhar a importância do respeito da Convenção da ONU de Combate à Desertificação. O Ponto Focal desta Convenção em Portugal tem estado alojado no ICNF, pelo menos até 2017.

Diversos especialistas têm chamado a atenção para o aparente ‘esquecimento’ deste grave problema em Portugal

 

Projeto ECH2O-ÁGUA

Um instrumento participativo para a avaliação da pegada hídrica e promoção do uso sustentável da água

A APRH lançou esta semana o Manual do Projeto ECH2O ÁGUA que finalizou a 29 de Maio. Este livro apresenta o conceito aplicado no projeto e descreve a metodologia utilizada nas diversas etapas do seu desenvolvimento, incluindo uma descrição dos prinicpais resultados e inclui ainda um conjunto de material audiovisual, fotos, vídeos, folhetos e outros documentos que foram utilizados nas várias atividades realizadas, tendo sido alguns destes materiais resultado dessas atividades. A Equipa do Projeto está certa de que este Manual será uma ferramenta útil para a continuidade da implementação dos objetivos noutras ações a desenvolver neste âmbito e na sequência do Projeto ECH2O ÁGUA.

APRH participa nas Jornadas prévias do XI Congresso Ibérico da FNCA

APRH participa nas Jornadas prévias do XI Congresso Ibérico da Fundação da Nova Cultura da Água (FNCA) que têm lugar no dia 25 de Junho (16:00-17:30h hora de Portugal Continental) e são organizadas sob o tema ‘ Transição Hídrica no contexto post COVID-19

Artigo de Opinião sobre o acesso à água em contexto de pandemia

Água, Luz, Internet: garantir o acesso – João Bau

Nota do Autor: este Artigo foi publicado no site da OTC (Organizacao dos Trabalhadores Cientificos) um artigo de minha autoria sobre o acesso aos servicos publicos. É um tema especialmente delicado no momento actual, pois desde o passado dia 2 de Junho as operadoras podem voltar a cortar o acesso a tais servicos a quem os nao poder pagar. Ora a situacao sanitaria mantem-se grave e a crise social tem uma dimensao muito significativa e esta para durar. Receio que nas proximas semanas ocorram milhares de cortes de servicos. E uma situacao que exige a adopcao de medidas urgentes e este artigo pretende ser a minha contribuicao para um debate que reputo de importante.

Monitorização dos processos costeiros: resposta possível num cenário de incerteza e base para soluções inovadoras de defesai

Um dos maiores desafios que se coloca à gestão e planeamento das zonas costeiras resulta da enorme incerteza na previsão dos impactos das alterações climáticas sobre os processos morfodinâmicos. Voudouskas et al. (2020) antecipam que, a manterem-se as dinâmicas instaladas combinadas com o recuo simulado da consequência da subida do nível médio do mar, estas poderão conduzir ao desaparecimento de quase metade das praias arenosas mundiais. Este resultado foi, contudo, contestado por um outro conjunto de cientistas (Cooper et al., 2020), que identificam as fragilidades associadas aos modelos utilizados pelos primeiros autores.

Tal discussão, quando vivida durante a crise pandémica, torna inevitável a elaboração de um paralelismo entre a reação e combate à erosão costeira e o combate a um agente viral desconhecido. Neste último, os decisores políticos remeteram para os técnicos a justificação das suas decisões, aguardando por soluções e apoiando a realização de testes como forma de combate imediato. Face a uma vigilância estendida a todo o país, as medidas são tomadas em função das necessidades locais. Aceitaram, sobretudo, a necessidade de desenvolver conhecimento, levando a cabo todos os investimentos necessários. A monitorização é, assim, a abordagem possível enquanto não surgem tratamentos eficazes e seguros.

A monitorização da zona costeira teve com o Programa COSMO da APA um impulso positivo com o registo sistemático e repetido de informação morfológica num conjunto discreto de locais ao longo da costa continental.

Existem dois aspetos fundamentais para que o esforço iniciado seja útil: (i) complementar os trabalhos de medição morfológica com outras observações essenciais para o conhecimento dos processos morfodinâmicos, estendendo-se espacialmente os locais monitorizados (desejavelmente de forma contínua recorrendo a soluções tecnológicas disponíveis atualmente); e (ii) estudo e caracterização de todos os processos morfodinâmicos instalados. Uma descentralização inteligente poderá ser a resposta que permitirá obter os recursos financeiros necessários.

A zona costeira portuguesa constitui um património natural que está longe de se esgotar no uso balnear, devendo suscitar por isso a mobilização de toda a sociedade no sentido de a preservar para gerações futuras. Deve, deste modo, ser alvo de desenvolvimento de conhecimento, através do qual se encontrem soluções inovadoras de defesa. Tratando-se estas, por sua vez, do resultado de monitorização e investigação aprofundadas, serão uma oportunidade de inovação para o país.

Referências

Cooper, A., Masselink, G., Coco, G., Short, A., Castelle, B., Rogers, K., Anthony, E., Green, A., Kelley, J., Pilkey, O., Jackson, D. (2020, March 18). Sandy beaches can survive sea-level rise. https://doi.org/10.31223/osf.io/4md6e

Vousdoukas, M. I., Ranasinghe, R., Mentaschi, L., Plomaritis, T. A., Athanasiou, P., Luijendijk, A., & Feyen, L. (2020). Sandy coastlines under threat of erosion. Nature climate change, 10(3), 260-263. https://doi.org/10.1038/s41558-020-0697-0

i Texto produzido pela CEZCM – 16/06/2020 – relator: J. L. S. Pinho

Assembleia Geral da PPA - 17 de Junho - resultados e agradecimento

Realizou-se no passado dia 16 de junho a Assembleia Geral Ordinária da PPA para eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2020/2022. O Conselho de administração passou a ser presidido pelo Prof. José Saldanha Matos e o representante da APRH, Prof. Francisco Taveira Pinto é o novo Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

A todos desejamos as maiores felicidades nestas novas funções.

Outros eventos

Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional

 

Quercus publica documento de análise do covid-19 e estratégias para o futuro

18 de junho

UE adota sistema de classificação das atividades económicas sustentáveis para “investimentos verdes”

18 de junho

Comissão Europeia ambiciona pesca mais sustentável e lança consulta sobre possibilidades para 2021

18 de junho

IPS promove ciclo de webinars sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável

17 de junho

Indaqua lidera projeto de redução de perdas de água em Gaia

17 de junho

Combate à desertificação é um parente pobre das políticas ambientais em Portugal

17 de junho

Colaboradores dos SMAS de Leiria abraçam projeto de responsabilidade social “apoiar é cuidar”

17 de junho

Setor renovável enquanto prioridade da estratégia de recuperação económica da UE

17 de junho

Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais publicado hoje em Diário da República

16 de junho

APA não autorizou obra na via de acesso à praia de Fonte da Telha

16 de junho

Águas do Algarve doa 20 mil euros ao Centro Hospitalar Universitário da região

16 de junho

Pesca: parecer científico sobre stocks de profundidade confirma condições preocupantes

15 de junho

UÉ analisa efeitos do aerossol e do vapor de água na radiação solar na bacia do mediterrâneo

15 de junho

Colapso de duas barragens provoca cheias históricas nos EUA. Milhares de pessoas retiradas

21 de maio

Milhares de pessoas tiveram de ser retiradas de casa. Estas podem ser as maiores cheias dos últimos 500 anos nos Estados Unidos.

A AMI promove em Novembro uma ação de recuperação da sua pegada de carbono. Divulgue e participe!

No Seminário "NOPLANETB | Um único planeta para todos" procuramos recolher informações que nos permitissem calcular a pegada de carbono do evento, de forma a procedermos à sua compensação, posteriormente.

Com base na informação recolhida concluímos que o Seminário teve uma pegada de carbono de 5,6 toneladas de CO2. Deste valor 90% correspondeu à mobilidade dos participantes e 10% ao consumo energético, alojamentos, refeições e brindes. Para compensar a pegada de carbono será necessário plantar e manter duzentas e cinquenta e sete (257) árvores. Assim, gostaríamos de informar que estas árvores serão plantadas na atividade de reflorestação de 100.000 m2 de área ardida no Pinhal de Leiria, promovida pela AMI no âmbito do projeto "Ecoética" e que se realizará a 20 e 21 de novembro.

O prazo de participação pública da segunda fase do 3.º ciclo de planeamento dos PGRH (QSiGA) foi prolongado até 15 de agosto.

Neste âmbito, mediante a consulta da plataforma PARTICIPA, através do endereço https://participa.pt/pt/consulta/3-ciclo-pgrh-qsiga-da-regiao-hidrografica-do-ribeiras-do-algarve-rh8, ou do site da APA, através do endereço https://apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=9&sub3ref=1521, todos os interessados em participar neste processo poderão ter acesso ao Relatório e ao Resumo Não Técnico das QSIGA, bem como a um formulário para registo de opiniões relativamente às QSIGA identificadas.

Mais se informa que se vão realizar em finais de junho e início de julho sessões via webinar, cujas datas serão divulgadas oportunamente.

A identificação das QSiGA é uma peça fundamental do processo de revisão dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH), uma vez que, sendo anterior à elaboração destes planos, permite identificar as principais razões que ainda contribuem para que não sejam atingidos os objetivos ambientais definidos para as massas de água.
Neste contexto, em termos de participação pública a identificação das questões significativas, em cada região hidrográfica, pode ter por base as três questões seguintes:
1. Até que ponto o problema afeta negativamente o cumprimento dos objetivos da DQA/LA, ou seja, é mais difícil produzir uma água para abastecimento, garantir uma boa qualidade das águas balneares ou uma população piscícola com níveis populacionais saudáveis?
2. Até que ponto as evidências de que a questão é significativa é facilmente percetível mesmo sem recurso a monitorização ou outra avaliação técnica mais específica?
3. Até que ponto as medidas que estão a ser implementadas permitem assegurar que determinada questão deixe de ser significativa?
A grande questão que se coloca ao nível da gestão da água no século XXI é a necessidade de se proceder à compatibilização de todos os usos, em quantidade e qualidade, no espaço e no tempo, assegurando em simultâneo a manutenção dos ecossistemas, com um recurso que embora renovável é cada vez mais limitado.
Considerando-se essencial a participação de todos neste processo de planeamento, apela-se ao envio de contributos através dos meios disponíveis para o efeito.
Com os melhores cumprimentos,
O Diretor Regional da
Administração da Região Hidrográfica do Algarve
Pedro Coelho

Sign up online Water Summit on 25 & 26 June 2020

Please sign up here for the online Water Summit on 25 & 26 June 2020 hosted by the Center for Responsible Business and Leadership at CATÓLICA-LISBON.

Survey for Improving Lake Manager and Scientist Dialogue

Este projeto internacional de ciência colaborativa visa avaliar como a interação entre gestores (ou entidades gestoras) de lagos/albufeiras com a academia pode ser melhorada com vista a uma melhor gestão destes ecossistemas.
Neste âmbito e para uma tese de doutoramento, está a ser feito o seguinte inquérito de cerca de 20 minutos a investigadores, técnicos e gestores de albufeiras ligados a entidades governamentais, publicas ou privadas e que pode ser respondido através do link: https://www.surveymonkey.com/r/Y65L395

This 25-question survey distributed by the Netherlands Institute of Ecology (https://nioo.knaw.nl/en) in collaboration with the Global Lakes Ecological Observatory Network (https://gleon.org/) is part of a study on multidisciplinary collaboration for lake health and functioning. The survey is estimated to take 20 minutes. Our aim is to understand the lake management perspective internationally on:
1) challenges affecting lake management,
2) science’s role in management,
3) effective communication methods,
4) examples of successful collaborations and
5) planning for climate change and extreme climatic events.

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