Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos,

Esta semana damos destaque a uma nota informativa da APRH sobre a situação de seca em Portugal, elaborada pelo representante da APRH na Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, o Professor Rodrigo Proença de Oliveira. Destacamos também o alargamento dos prazos de submissão de trabalhos para o XX Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (XX SILUBESA), que está a ser organizado pela Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH), em conjunto com a Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental (APESB) e com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), com o apoio institucional da Universidade de Aveiro e da ANQIP.

Este evento decorrerá na Universidade de Aveiro entre os dias os dias 29/06/2022 e 01/07/2022, em formato híbrido (presencial e online), contando, até ao momento, com uma significativa mobilização na submissão de trabalhos. Apesar do número de trabalhos já recebidos, a Comissão Organizadora do XX SILUBESA, numa perspetiva de reforço da abrangência do evento, decidiu estabelecer novas datas, que são as seguintes: 08/04/2022, para a submissão de resumos de 300 palavras; 22/04/2022, para a aceitação dos resumos pela Comissão Científica; 15/05/2022, para o envio do resumo alargado de 4 páginas para publicação.

Desafiam-se as instituições de ensino, os centros de investigação, os institutos técnico-científicos, as empresas do setor da água – entidades gestoras, fabricantes e consultores, e todos os técnicos interessados a associarem-se ao XX SILUBESA, que se acredita que será um importante fórum da Engenharia Sanitária e Ambiental, com projeção nacional e internacional.

Na próxima semana, celebra-se o Dia Mundial da Água, encontrando-se previstas um conjunto de iniciativas de diversas entidades, que se divulgam nesta edição. No ano em que se comemoram os 45 anos da constituição da APRH (04/08/1977), a associação anunciará simbolicamente, no Dia Mundial da Água (22/04/2022), uma série de iniciativas a decorrer no ano de 2022, que farão parte da Agenda Comemorativa dos 45 da APRH. Fiquem atentos!

Com o objetivo de ir ao encontro dos interesses dos nossos Associados, integram-se notícias e temas relacionados com os recursos hídricos para leitura e reflexão. A Agenda da APRH permanece atualizada com os eventos que decorrerão este ano.

Recorda-se o desafio que tem vindo a ser feito a todos os Associados Individuais e Coletivos da APRH, para partilharem ideias/opiniões através de notícias ou artigos de opinião (com a dimensão máxima de 1 página A4 a enviar para [email protected]).

Desejamos a todos um ótimo fim-de-semana!

A Comissão Diretiva da APRH

 

Uma contribuição para o debate que se impõe sobre disponibilidades e usos da água

Rodrigo Proença de Oliveira
[email protected] / [email protected]

Portugal sofre neste ano hidrológico hoje uma seca grave, com os valores de precipitação a situarem-se francamente abaixo das médias históricas. No final de fevereiro, o valor acumulado da precipitação desde o início do ano hidrológico era apenas de 40 % do valor histórico. Mas esta seca é temporária, como o são todas as secas.

Mais grave, é a situação de escassez hídrica que tem vindo a acentuar-se em certas regiões de Portugal, e genericamente em torno do Mediterrâneo, e que deverá a agravar-se ao longo deste século. A escassez hídrica é uma situação de longo prazo em que a procura de água para os vários usos se aproxima do valor das disponibilidades de água. Emerge, sobretudo, do aumento da procura de água e da diminuição das disponibilidades, em resultado das alterações climáticas. A sua reversão exige uma discussão mais profunda sobre o modelo de desenvolvimento que pretendemos para o nosso país e o empenhamento de toda a sociedade para selecionar e executar as medidas que, sendo necessárias, são difíceis de adotar dado os seus impactos socioeconómicos.

O estudo Avaliação das disponibilidades hídricas atuais e futuras e aplicação do índice de escassez WEI+, encomendado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a um consórcio de empresas, composto pela Nemus, Bluefocus e Hidromod, teve por objetivo quantificar a atual situação de escassez e antecipar possíveis cenários futuro, face às projeções de aumento da temperatura, diminuição da precipitação, e diminuição das disponibilidades hídricos superficiais e subterrâneas, assim como do aumento da sua variabilidade inter-anual e sazonal.

O estudo oferece um conjunto consistente de estimativas de disponibilidade e usos de água, cobrindo Portugal e Espanha, com uma resolução especial adequada para a gestão da água. Nos últimos 20 anos a precipitação em Portugal e Espanha diminuiu cerca de 15% e a disponibilidade de água cerca de 20%. Prevê-se que esta tendência se acentue e que a disponibilidade de água diminua entre 10 a 25% até ao final do século. São atualmente captados em Portugal cerca 6000 hm3/ano, excluindo os volumes utilizados nos aproveitamentos hidroelétricos. A agricultura é responsável por 70% deste volume, seguindo-se o abastecimento à população (13%), a termoeletricidade (9%) e a indústria (6%). O índice de escassez WEI+ atinge valores acima de 0.5 em certas bacias hidrográficas. As bacias hidrográficas do Sado e do Mira e a região do Algarve são as mais preocupantes.

Tão importante como os resultados alcançados, é a plataforma de informação e de modelação que foi desenvolvida e que permite aperfeiçoar as estimativas apresentadas, sempre que novos dados sejam obtidos ou que novas estimativas estejam consensualizadas. O estudo identificou de forma clara um conjunto de lacunas e incertezas de dados que é importante colmatar nos próximos anos, sendo por isso previsível que alguns resultados venham a ser atualizados. Iniciou-se também um processo de consulta pública que pode vir a sugerir afinações nos valores apresentados.

O diagnóstico obtido permite já avançar com a importante discussão sobre as alternativas disponíveis para lidar com a situações de escassez hídrica que atinge certas regiões do país. Será necessário controlar a procura de água, aumentando a eficiência do uso da água, eliminando desperdícios, e avaliando criteriosamente pretensões de potenciais novos usos. Precisamos, sobretudo, de assegurar coerência nas políticas públicas para os vários setores, para que as condicionantes de disponibilidade de água sejam tidas em conta, logo quando são propostos novas políticas ou projetos de desenvolvimento.

Do lado da oferta de água, é possível melhorar a gestão integrada de origens superficiais e subterrâneas de água, construir alguma infraestrutura ainda em falta, ou desenvolver soluções até agora pouco exploradas em Portugal, como a dessalinização ou a reutilização de águas residuais. Estas últimas são por vezes apresentadas como as soluções do futuro, mas não são soluções milagrosas, com possibilidade de aplicação em qualquer situação. O seu custo tem vindo a descer, mas ainda condiciona a utilização destas soluções na satisfação de usos que exigem grandes volumes de água. Acresce que a água dessalinizada está disponível junto à costa e a água tratada junto a centros urbanos. O seu transporte para usos situados no interior ou longe dos centros urbanos tem custos energéticos que condicionam o seu uso.

Os cenários de escassez que enfrentamos exigem análises especificas para cada região ou bacia hidrográfica. Adotando uma abordagem integrada, será possível identificar o conjunto mais adequado de soluções que permita satisfazer o bem estar social e económico de cada região, dentro dos limites impostos pela disponibilidade de água.

Para atingir este objetivo será preciso evoluir, transferindo a atual atenção sobre o aumento da eficiência hídrica para a melhoria da eficiência económica do uso da água. A eficiência hídrica é definida pela razão entre o volume de água efetivamente utilizado e o volume de água captado em rios ou aquíferos, ignorando, por isso, o valor económico acrescentado que o uso da água proporciona. A escassez que enfrentamos recomenda que se abandonem os usos que proporcionem menos benefícios económicos e sociais. Não é uma decisão fácil e exige a análise de todos os benefícios proporcionados pelo uso da água, não só os benefícios diretos, mas também os benefícios indiretos ou secundários, tais como a integração territorial e os serviços dos ecossistemas.

Em síntese, precisamos de colocar a água no centro da discussão publica sobre as nossas opções de desenvolvimento. O debate deve ser informado pelos especialistas em recursos hídricos, mas todos estão convocados para esse processo de tomada de decisão.

 

Agenda APRH

Papel
da APRH

Data

Evento

Parceiro

7-8 abril
2022

10as jornadas de engenharia costeira e
portuária da PIANC

Organizador

12 Abril
2022

ÁGUA, RECURSOS & SOCIEDADE – o Papel da tradição
vitivinícola da produção de vinho e a economia circular
na produção alimentar

Organizador

28-29 Abril
2022

13.º Seminário sobre Águas Subterrâneas -
O papel da água subterrânea na sustentabilidade das
cidades do século XXI

Organizador

20 maio
2022

Workshop "Água, Agricultura e Floresta em Territórios
suscetíveis à Desertificação: desafios e respostas"

Parceiro

21 maio
2022

5ª edição do Dia Mundial da Migração de Peixes

Coorganizador

6-7 junho
2022

6.ª Conferência sobre Morfodinâmica Estuarina e Costeira

Parceiro

21-23 junho
2022

TEST&E 2022

Organizador

29 junho a
1 julho 2022

XX SILUBESA


Workshop SEN@A - Nova organização e funcionamento do SEN - Sistema Elétrico Nacional e o seu enquadramento setorial da Água

O evento terá lugar no dia 17 de março, às 9h30, no Auditório da AdP.

6.ª Edição do projeto de educação ambiental Semana Verde´22

Nesta edição da Semana Verde estão previstas atividades de educação ambiental para a comunidade escolar e para a comunidade em geral, como forma de celebração do Equinócio de Primavera, o Dia Mundial da Floresta ou da Árvore, o Dia Mundial da Água, o Dia Mundial da Meteorologia e o Dia Nacional do Estudante.

Águas do Norte | Dia Mundial da Água | 22 de março | Centro Cultural de Amarante | 9h30

As Águas do Norte e a Câmara Municipal de Amarante organizam o Dia Mundial da Água, com o tema “O Valor da Água para o Desenvolvimento Sustentável”, que decorrerá entre as 09h30 e as 12h15 do próximo dia 22 de março, no Centro Cultural de Amarante, no Município de Amarante.

SIMAS celebram Dia Mundial da Água

Os SIMAS de Oeiras e Amadora vão celebrar o Dia Mundial da Água com um evento dedicado às famílias, no sábado dia 26 de março em Algés, no Parque Urbano de Miraflores.

Álvaro Amaro promove webinar sobre "A importância do regadio no contexto das alterações climáticas"

O eurodeputado do PSD, Álvaro Amaro, irá promover um webinar sobre a importância do regadio no contexto das alterações climáticas, no dia 30 de março, pelas 15 horas de Portugal.
A mesa de debate juntará os convidados Tânia Cota, da Divisão do Clima e Alterações Climáticas do IPMA; José Pedro Salema, administrador da EDIA; Jorge Froes, da Associação +TEJO, promotora do Projeto Tejo; e José Núncio, presidente da Fenareg e dos Irrigants d’Europe.
O webinar irá decorrer em direto na página de facebook do eurodeputado Álvaro Amaro e não é necessária inscrição prévia.

Outros eventos

Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional

 

#WaterOfTheFuture quer mobilizar 59 milhões de jovens para a importância da água

17 de março

Leiria junta-se à iniciativa #H2Off para assinalar o Dia Mundial da Água

16 de março

#Seca: SMAS de Sintra apostam na reutilização de água para combater problemas de seca

16 de março

Museu das Artes de Sintra é palco das celebrações do Dia Mundial da Água

15 de março

Águas de Gaia propõe task-force europeia de ajuda à reconstrução das redes de água e saneamento na Ucrânia

15 de março

SIMAS de Oeiras desafiam consumidores a aderirem à H2OFF

14 de março

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Tel. 21 844 34 28
Site: www.aprh.pt| Email: [email protected]

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