Aquífero do vale tifónico das Caldas da Rainha – Sua importância para o abastecimento público

Título:

Aquífero do vale tifónico das Caldas da Rainha – Sua importância para o abastecimento público

Resumo:

O abastecimento público de água dos concelhos das Caldas da Rainha e, parcialmente, de Óbidos, tem vindo a ser feito, nas últimas três décadas, com águas subterrâneas captadas no sistema aquífero arenoso, plio-quaternário, que preenche o vale tifónico das Caldas da Rainha. As características hidráulicas, geológicas e estruturais, e, particularmente, a natureza lítica do muro do aquífero, tornam-no extremamente complexo, exigindo um estudo cuidadoso e, sobretudo, da sua exploração. Trata-se de um aquífero arenoso altamente permeável, bastante superficial, existente no fundo de uma zona deprimida, onde a precipitação média anual é de cerca de 700 mm e onde não parece existirem, por enquanto, grandes aportes de produtos ou substâncias poluentes. A natureza litológica e os aspectos estruturais que condicionaram a formação do vale tifónico podem, se não houver precauções na execução de novas captações e se não se exercer um controle mais apertado sobre as empresas de sondagem que intervêm na área, vir a provocar alterações tão profundas e significativas na qualidade da água que venham a inviabilizá-la, enquanto recurso para uso humano. É sobre este aquífero arenoso, aparentemente de simples funcionamento, fácil recarga e sem eminentes riscos de contaminação, cuja importância tem sido decisiva no abastecimento público de água ao concelho das Cldas da Rainha – em escassa medida no de Óbidos – que se procede a uma análise da sua estrutura, do seu funcionamento e das características hidroquímicas da sua água. Embora o aquífero explorado seja constituído por areias siliciosas, a água é quimicamente sulfatada-cloretada, facto que atribuível à circulação por níveis aquíferos mais profundos que contactam com o seu muro – margas gipsíferas e salíferas (Margas da Dagorda). Esta circulação mais profunda parece dever-se a uma excessiva exploração, pelo que se aconselha um rigoroso controle das condições de exploração do aquífero.

Autores:

Fernando Peixinho de Cristo, Mário Paiva de Sousa Saraiva

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