Consequências de intervenções não planeadas em meios hídricos

Título:

Consequências de intervenções não planeadas em meios hídricos

Resumo:

Em 4 de Março de 2001 ocorreu um grave acidente em Portugal. A cedência de um dos pilares centrais de uma ponte provocou a queda de parte do tabuleiro e, em consequência, o arrastamento de um autocarro com mais de 50 passageiros e de três veículos ligeiros para o leito central do rio Douro, tendo o escoamento no local uma profundidade de cerca de 15 metros e uma velocidade da ordem dos 7 a 8 m/s. Este acidente provocou mais de seis dezenas de vítimas e permitiu aos agentes responsáveis pela gestão e navegabilidade de alguns rios portugueses tomarem finalmente consciência da grave situação de risco que representa a extracção não controlada de inertes em meio hídrico. Nesta comunicação apresentam-se algumas reflexões sobre a forma como em Portugal tem sido encarado o problema da extracção de inertes em meio hídrico. Este é um problema que a Administração Pública Portuguesa não tem sabido, ou não quis, resolver; e, no entanto, está bem longe de se limitar à simples extracção de inertes. Com efeito, não intervir, ou pactuar com a situação, não só contribui para agravar os elevados défices sedimentares nas zonas costeiras, reduzindo em geral a capacidade de transporte do escoamento, como contribui ainda para o desequilíbrio ou desaparecimento de ecossistemas e alterações profundas na fauna e na flora locais. Apresentam-se ainda algumas contribuições técnicas que, embora qualitativas, permitem recordar e explicar, de forma simplista, as consequências de intervenções pontuais no meio hídrico quando indevidamente avaliadas ou mesmo não enquadradas com outras medidas mitigadoras.

Autores:

José Simão Antunes do Carmo

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