Modelação hidrológica distribuída. Aplicação à bacia do rio Guadiana

Título:

Modelação hidrológica distribuída. Aplicação à bacia do rio Guadiana

Resumo:

A transformação da precipitação em escoamento é um processo extremamente complexo e difícil de quantificar exaustivamente de forma desagregada espacialmente. Os percursos que a água precipitada pode tomar sobre uma bacia até chegar à linha de água são variados e os fenómenos físicos que regem esses percursos envolvem inúmeros factores que são difíceis de medir continuamente no tempo e no espaço. Assim, a utilização de modelos hidrológicos distribuídos, permite aplicar os algoritmos de cálculo a unidades espaciais bastante reduzidas, permitindo captar a variabilidade espacial natural inerente a uma bacia, nomeadamente em termo das suas características físicas. O desenvolvimento dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e a sua integração com modelos distribuídos veio abrir novas perspectivas na caracterização dessa variabilidade espacial, estimulando o desenvolvimento de modelos de simulação dos processos hidrológicos de uma bacia hidrográfica. A metodologia proposta baseia-se na integração de modelos hidrológicos com Sistemas de Informação Geográfica, de uma forma distribuída, para o cálculo do escoamento mensal. O modelo de precipitação-escoamento utilizado foi o de Temez, que, simula o escoamento de uma bacia em função de dados climatológicos (precipitação e evapotranspiração potencial) e variáveis de estado optimizadas, reproduzindo os processos essenciais do transporte de água das diferentes fases do ciclo hidrológico. A metodologia desenvolvida foi aplicada na parte portuguesa da bacia hidrográfica do rio Guadiana, tendo por base as observações das estações udométricas e climatológicas para o cálculo da distribuição espacial da precipitação e da temperatura, estimadas a partir de modelos geoestatístiscos. O modelo vai assim, calcular mapas mensais de escoamento a partir de mapas mensais de precipitação e de evapotranspiração, obtendo-se assim o escoamento distribuído em toda a bacia hidrográfica permitindo visualizar quais as sub-bacias que mais contribuem para a acumulação de água nos rios. Para a validação do modelo comparam-se os resultados da acumulação de escoamento nas linhas de água com os valores dos caudais reais das estações hidrométricas. Na presente comunicação utiliza-se esta metodologia para vários anos consecutivos, por forma a conseguir-se resultados que mostrem o comportamento da bacia, em termos interanuais. A metodologia será integrada no SNIRH, por forma a constituir uma ferramenta fundamental de apoio à modelação hidrológica distribuída.

Autores:

Fernanda Gomes, Rui Rodrigues

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