O litoral português, percepções e transformações na época contemporânea: de espaço natural a territó

Título:

O litoral português, percepções e transformações na época contemporânea: de espaço natural a territó

Resumo:

A percepção que temos e a utilidade que damos ao litoral têm mudado ao longo dos tempos. Outrora, a orla costeira, ainda que pontilhada de algumas cidades e vilas, era na sua maior extensão um território vazio, evitado e ignorado, habitado por uma população diminuta de pescadores. Com o aparecimento da moda dos “banhos de mar”, o espaço litorâneo passou a ser local de atracção e divertimento, sendo procurado sazonalmente por grandes massas populacionais. Nos últimos dois séculos, a história do litoral revela-se indissociável da do próprio homem, na medida em que este espaço tem sido pensado e modificado em função do significado e da utilidade que a sociedade lhe atribui. Através da leitura e interpretação de um conjunto de fontes do século XIX e início do século XX – jornais, livros de memórias, textos satíricos, contos populares, guias de turismo e propaganda, obras de carácter etnográfico, médico e científico-natural -, bem como de alguns trabalhos recentes sobre o desenvolvimento do fenómeno social da “praia”, procurámos definir e caracterizar o percurso diacrónico da interacção entre o homem e o litoral, tendo em conta a forma como o ser humano pensa o espaço envolvente, define estratégias e implementa práticas para o adaptar às suas necessidades. Este estudo, que parte da análise de fontes documentais pouco divulgadas e que procura oferecer uma perspectiva histórica sobre os fenómenos ocorridos na orla litoral na época contemporânea, pode trazer novos contributos para um mais profundo entendimento da problemática em torno da gestão costeira, pois para se gerir convenientemente este território é preciso conhecer não só as suas especificidades próprias e compreender a sua evolução natural, mas também ter em conta as transformações físicas a que esteve e está sujeito pela acção do Homem.

Autores:

Joana Gaspar de Freitas

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