Título:
Problemas no manejo de solos turfosos em projectos de drenagem
Resumo:
O Brasil dispõe de 30 milhões de hectares de várzeas que embora tenham um potencial agrícola e uma importância económica relevantes, ainda permanecem improdutivos em mais de 95%. Entre os motivos determinantes está o desconhecimento do manejo adequado desses solos, principalmente dos chamados solos turfosos ou orgânicos que constituem uma grande parcela da área assinalada. As várzeas turfosas são as mais problemáticas por serem de solos imaturos, cujas propriedades físicas, químicas e biológicas estão em permanente alteração sobretudo nos primeiros anos após terem sido drenadas, motivo pelo qual exigem um manejo diferenciado e delicado. Até que ponto a caracterização físico-química, os métodos de drenagem, os dimensionamentos hidráulicos e o manejo, tradicionais em solos minerais, podem ser estendidos aos solos turfosos? Quais os prejuízos advindos de um manejo inapropriado? Em função dessas dúvidas foram estudadas algumas propriedades físicas e suas variações em dois solos turfosos que embora recebessem a mesma classificação geral, mostraram-se distintos quanto ao teos de matéria orgânica, grau de composição, peso específico, capacidade de retenção de água, porosidade total drenável, capacidade de hidratação e ascensão capilar no perfil do solo. O trabalho tem intuito de contribuir ao esclarecimento de como identificar e melhor manejar um solo turfoso para a instalação de obras hidráulicas, especialmente sistemas de drenagem. O processo se secamento desses depósitos induz ao seu amadurecimento do que resulta em geral um encolhimento do perfil ou ‘subsidense’. Por outro lado a capacidade ou não desse solo em hidratar-se é vital para sua exploração agrícola. A classificação desses solos com base apenas no seu teor de fibras não é sufucuente para revelar as muitas diferanças existentes entre eles.
Autores:
Euclides Fedatto, Décio E. Cruciani