Título:
Quanto evapora o lago de Sobradinho?
Resumo:
A preocupação com o potencial de evaporação grandes corpos d’água no interior semi-árido do Nordeste brasileiro é antiga. O maior reservatório brasileiro em superfície (cerca de 4.000Km2) situa-se nesta região, e desde antes de seu efectivo enchimento têm sido feitas estimativas das suas taxas de evaporação. A forma usual de estimar evaporação em lagos é por meio de medidas de evaporímetros ou modelos climatológicos que sempre devem muito aos métodos de de transferência de massa, balanço de energia ou uma combinação de ambos. Quatro destes modelos, propostos em 1955, 1967 e 1983/86 foram aplicados a Sobradinho, com o resultado de que as respectivas estimativas de evaporação podem variar em até 21% a nível anual, e 106% a nível mensal. Uma investigação da forma de cada modelo e dos valores de seus parâmetros pode explicar o grau de variabilidade encontrado. Fica evidente que, sem um melhor conhecimento da evolução da camada-limite atmosférica sobre o lago, em termos de unidade e temperatura, é muito difícil reduzir a actual incerteza quanto às taxas reais de evaporação em lagos.
Autores:
Nelson L. Dias, Mauricio F. Gobbi