Remodelação de aproveitamentos hidroeléctricos do grupo EDP – intervenções recentes

Título:

Remodelação de aproveitamentos hidroeléctricos do grupo EDP – intervenções recentes

Resumo:

A remodelação de aproveitamentos hidroeléctricos é uma actividade que não pode deixar de constituir preocupação permanente das entidades às quais compete a exploração e a manutenção de tais centros produtores. O Grupo EDP e as empresas que lhe deram origem sempre dedicaram especial atenção ao estudo, ao projecto, à planificação e à realização de numerosasintervenções nos aproveitamentos sucessivamente colocados em exploração industrial ao longo de quase todo o século, que hoje em dia ultrapassam a meia centena, com uma potência total instalada de cerva de 4000 MW. Estas intervenções, que sempre visaram, em última análise, dois objectivos centrais – garantir a segurança e optimizar a rendibilidade das instalações – são determinadas por um conjunto diversificado de factores, referindo-se em particular: – O envelhecimento das estruturas e dos equipamentos, exigindo a sua substituição ou reabilitação; – A ocorrência de situações anómalas – avarias, acidentes, ou outros factos que imponham uma actuação imediata; – A adaptação à regulamentação relativa à segurança das instalações; – O reconhecimento do interesse económico em alterar parâmetros principais de dimensionamento, como é o caso da potência instalada; – A evolução tecnológica aos mais diversos níveis, que por vezes justifica intervenções relativamente vastas – por exemplo, para possibilitar o seu funcionamento automático e telecomando. Nesta comunicação são descritas, de forma resumida, diversas remodelações nas quais a HIDRORUMO, empresa de Engenharia do Grupo EDP, vem desempenhando papel relevante, com actuação no âmbito dos projectos e/ou da gestão e fiscalização dos trabalhos. Foram escolhidas intervenções recentemente realizadas, em curso, ou cuja realização se antevê para curto prazo, seguidamente referidas, cujo âmbito e dimensão são muito variados. As respectivas centrais foram sistematicamente objecto de modernização do equipamento ou de instalação de equipamento novo, com automatização e telecomando. São indicadas esnte Parêntesis as datas de conclusão das remodelações. – Pracana (1993) – aproveitamento de grande dimensão, foi objecto de uma vasta remodelação, que envolveu a reabilitação da barragem, a construção de um novo descarregador de cheias, a remodelação da central existente e a construção de uma nova central para reforço da potência instalada. – Miranda II (1995) – consiste essencialmente no reforço da potência instalada neste grande aproveitamento, através da construção de uma nova central, semi-enterrada, com um novo grupo gerador, e do respectivo circuito hidráulico. – Freigil e de Cefra (1989 e 1995) – aproveitamentos mini-hídricos, foram objecto de reabilitações, das quais se destaca o reforço da capacidade de transporte dos canais e o reforço da potência instalada, com construção de centrais totalmente novas. – Guilhofrei (1996) – aproveitamento mini-hídrico, viu a sua central pré-existente remodelada e ampliada, com instalação de um novo grupo gerador. – Senhora do Porto (1996) – a intervenção descrita para este aproveitamento mini-hídrico limitou-se ao reforço da capacidade de transporte do canal, através do seu revestimento com uma membrana de PVC, possibilitando a utilização da potência total já anteriormente instalada. – Desterro II (1995) – neste caso, a central deste escalão de média dimensão foi ampliado, beneficiando-se o grupo existente e reforçando-se a potência com um novo grupo. Foi também necessário reforçar a capacidade do canal. – Ponte de Jugais (1996) – é também um escalão de média dimensão, cuja central foi reconstruída, beneficiando-se um dos quatro grupos existentes (os três restantes foram desactivados) e instalando-se um novo grupo para reforço de potência. – Sistema Niza – Póvoa, Bruceira e Velada (1996) – encontrando-se as centrais destes aproveitamentos mini-hídricos reabilitadas, foram realizadas diversas reparações e beneficiações, sobretudo nos canais de adução dos dois escalões de jusante e nos acessos às centrais. – Santa Luzia (1998) – esta remodelação, ainda em curso, incide essencialmente nos grupos geradores deste aproveitamento de média dimensão (que dispõe, no entanto, de uma grande barragem). A sua beneficiação permitirá aumentar consideravelmente a potência disponível. Previstas para realização a curto prazo, são ainda referidas as seguintes intervenções: – Venda Nova II – reforço de potência do grande aproveitamento já existente, em fase de projecto, prevendo-se um esquema hidroeléctrico subterrâneo com grupos reversíveis. – Vila Cova – a remodelação deste escalão de média dimensão, já projectada, compreenderá o seu reforço de potência, com aumento da capacidade do canal, prevendo-se também o aproveitamento de uma queda superior à do caudal escalão, mediante a construção de uma nova central a jusante da existente, que será desactivada. – Belver – para este aproveitamento de grande dimensão, encontra-se já projectada a remodelação dos serviços auxiliares, a substituição das grades das tomadas de água e a revisão de um dos grupos. – Ribafeita – aproveitamento mini-hídrico cuja remodelação se encontra em fase inicial de estudo, encarando-se a remodelação da central e/ou construção de nova central, com provável reforço de potência. – Pego do Altar – prevê-se a reabilitação, ainda em estudo, deste aproveitamento mini-hídrico, actualmente desactivado, que se integra no Aproveitamento Hidroagrícola de Pego do Altar.

Autores:

Rui Leitão

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