Valorização da produção em aproveitamentos mini-hídricos com regularização diária

Título:

Valorização da produção em aproveitamentos mini-hídricos com regularização diária

Resumo:

Com a abertura do sector da produção de energia eléctrica aos investidores privados, surgiu por parte destes um crescente interesse pelo investimento em pequenos aproveitamentos hidroeléctricos, com potência instalada limitada a 10 MW. A dimensão e localização destes centros produtores, tem dificultado, por regra, a criação de albufeiras com uma capacidade de regularização significativa. Na presente comunicação descreve-se resumidamente um modelo simplificado de avaliação do efeito da regularização diária no aumento do valor médio do kWh produzido, com particular interesse na optimização do dimensionamento dos aproveitamentos. Com uma tradução gráfica sugestiva, o modelo baseia-se na utilização da curva de caudais afluentes classificados e em dois parâmetros fundamentais de dimensionamento – caudal equipado e volume útil. Este aumento virá adicionar-se ao ganho de produtibilidade, também quantificado, que resulta de poder aproveitar os caudais afluentes inferiores ao mínimo turbinável na central. O modelo foi aplicado na simulação da exploração de aproveitamentos supostamente situados em diversos cursos de água do norte e centro do País, tendo-se concluído o seguinte:

  • – O aumento do valor unitário da energia produtível é fortemente influenciado pelo nível de equipamento, pelo regime hidrológico, e, naturalmente, pelo próprio volume útil.
  • – O ganho de produtibilidade resultante do aproveitamento dos caudais afluentes inferiores ao mínimo turbinável pode também ser importante, dependendo do regime hidrológico, do caudal equipado, e do tipo, número e distribuição da potência pelos grupos.
  • – Ao tomar como referência um aproveitamento equipado com o dobro do módulo do rio, os ganhos totais imputáveis à regularização, que não são significativamente afectados pela existência ou não de caudal ecológico, podem atingir, em casos mais favoráveis, cerca de 50% do valor da produção na situação de exploração a fio-de-água.
Autores:

F. M. Monteiro, R. M. M. Leitão

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