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Ondas de Rogue ou vagalhão (I. Rogue waves, freak waves, monster waves, extreme waves)

Grandes ondas superficiais que se formam esporadicamente no oceano, aparentemente de forma aleatória. Normalmente são definidas como ondas cuja altura excede em mais de duas vezes a altura significativa das ondas. Podem atingir mais de 30 metros de altura, tendo sido responsáveis pelo afundamento de muitos navios. No Brasil são por vezes designadas por Vagalhões.

Essas ondas foram durante muito tempo consideradas como mitos e lendas que se transmitiam no meio da marinhagem. Porém, foram-se acumulando provas da sua existência real, tendo uma destas ondas sido registada, em 1995, no Mar do Norte, por equipamentos científicos instalados na plataforma petrolífera Draupner. Investigações recentes indicam que estas ondas de Rogue são bastante mais frequentes do que o que é previsto pela teoria das probabilidades aplicada às alturas das ondas.

A forma como e porque ocorrem estas ondas é, ainda, muito mal compreendida. As áreas onde ocorrem com mais frequência parecem ser aquelas onde correntes fortes se deslocam em sentido contrário ao da propagação das ondas, como é o caso da corrente das Agulhas, a SE de África, que se desloca para de SW para NE, no sentido contrário ao das ondas dominantes, que se propagam para SW. Porém, têm sido detectadas ondas deste tipo em todos os oceanos, em condições oceanográficas diversificadas, o que sugere que podem ter géneses múltiplas.

Algumas das causas que têm sido apontadas para a geração deste tipo de ondas são:

a) Interferência entre ondas e correntes – quando as ondas de temporal se deslocam em sentido contrário ao da corrente oceânica, a velocidade das ondas é forçada a diminuir; como o ritmo de transmissão de energia tem que se manter constante, as ondas sofrem processos de acomodação que fazem com que o comprimento de onda diminua;  para manter o equilíbrio energético, a altura da onda aumenta correspondentemente; de forma esporádica ocorre aglutinação de várias ondas produzindo-se uma onda de Rogue que não se dissipa facilmente;
b) Interferência construtiva - diferentes trens de ondas com características e direcções distintas encontram-se num ponto, adicionando-se as alturas das ondas incidentes de modo que se gera uma onda de Rogue; neste caso, o fenómeno é de vida curta porquanto os trens de ondas continuam a deslocar-se acabando as ondas individuais por se separar novamente;
c) Espectro de ondas – as ondas geradas sob ventos muito fortes têm elevada variabilidade, ocorrendo no espectro ondas cuja altura máxima pode ser o dobro da altura significativa desse campo de ondas; neste contexto é concebível que se possam gerar ondas de altura ainda maior, isto é, ondas de Rogue.

Praticamente todos os anos são reportadas ocorrências de ondas de Rogue no oceano mundial e, nos últimos anos, é cada vez maior o número destas ondas que registadas com equipamentos científicos, tendo algumas já sido detectadas por altimetria sateliária. [JAD]    

/ Ondas Marinhas, / Ondas de Draupner