Indução à conservação e recuperação da bacia do rio Tapacurá (pernambuco – Brasil)

Título:

Indução à conservação e recuperação da bacia do rio Tapacurá (pernambuco – Brasil)

Resumo:

A bacia hidrográfica do rio Tapacurá localiza-se em Pernambuco (nordeste do Brasil), apresentando dimensões adequadas para uma abordagem de desenvolvimento local, grande importância para o abastecimento público metropolitano do Recife, elevado nível de poluição, multiplicidade de conflitos de uso da água, além de significativo potencial de mobilização das instituições e atores sociais para a organização da gestão ambiental integrada. Visando dar suporte à sua conservação e recuperação, foi elaborado inicialmente um diagnóstico ambiental, com caracterização física e sócio-econômica, levantamento dos usos e ocupação do solo, monitoramento da qualidade da água, cadastramento das fontes poluidoras, pluviometria, fluviometria e estudos de vazão do rio e dinâmica do reservatório da barragem do Tapacurá. Tomando como referência os problemas ambientais identificados, e com a participação de 32 entidades de governo e da sociedade civil, o Grupo de Recursos Hídricos da UFPE coordenou a elaboração do Plano de Ação para a Gestão Ambiental da Bacia do Tapacurá, propondo iniciativas em 4 eixos integradores: gerenciamento da qualidade e dos usos múltiplos da água; conservação e recuperação dos solos e das florestas; mobilização social e educação ambiental; e desenvolvimento sócio-econômico e tecnológico em bases ecologicamente sustentáveis. A sua viabilização vem ocorrendo através da implementação dos projetos: unidade didática e demonstrativa na microbacia do riacho Gameleira (bacia-escola); estudo da disponibilidade e das demandas de água; coleta e tratamento dos esgotos de Vitória de Santo Antão e Pombos; e controle da poluição hídrica provocada por matadouros públicos. Mais recentemente, através de recursos do Fundo Setorial de Recursos Hídricos e da Petrobras Ambiental, estão sendo desenvolvidas ações de monitoramento participativo da qualidade da água, reflorestamento ciliar, capacitação técnica e educação ambiental, além de estruturação da Rede Ambiental do Tapacurá, para promover mobilização social e influenciar políticas públicas de conservação e recuperação ambiental da bacia. O esforço despendido nos últimos anos, na direção de se viabilizar uma gestão ambiental integrada da bacia do Tapacurá, tem gerado resultados positivos, mas ainda não suficientes para alterar substantivamente o quadro de degradação ambiental. Evidencia-se por exemplo, a necessidade de uma gestão colegiada da bacia, com ampla participação na discussão dos conflitos e na definição das soluções. Para isso, a criação do comitê da bacia seria um importante passo a ser dado, dependendo ainda de uma postura mais pró-ativa do poder público estadual, que o viabilize.

Autores:

Ricardo Augusto Pessôa Braga, Jaime Joaquim Pereira Cabral

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