Título:
Investigação, desenvolvimento e formação nos domínios da rega, da drenagem e da conservação do solo
Resumo:
INTRODUÇÃO A maior parte das equipas de investigação do ICAM (criado no âmbito do Programa CIÊNCIA em 1991) estão, por escolha própria vocacionadas para a investigação tecnológica e de desenvolvimento agrário, orientando-se deliberadamente para a solução de problemas, alguns de inserção marcadamente regional. É assim que as equipas do ICAM propuseram e viram aprovados, para execução entre 1996 e 1999, cerca de 50 novos projectos de investigação nos domínio das ciências agrárias e da gestão dos recursos hídricos, a maioria dos quais manifesta o referido pendor de investigação aplicada. Esta opção é própria da Universidade, que estatutariamente se atribui, entre outras, a vocação do serviço directo à comunidade, pelo contributo que dá ao desenvolvimento tecnologico. Incluindo estudantes de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento nas actividades de investigação e transferindo conhecimentos para técnicos e agricultores, os projectos que se referem na presente comunicação respondem às três vocações fundamentais da Universidade: o ensino, a investigação e a extensão. 1 – CONDIÇÕES AGRO-ECOLÓGICAS DO ALENTEJO Embora o território de Portugal se situe a oeste da bacia do Mediterrâneo, geograficamente em posição mais atlântica que mediterrânea, as suas características – fisiográficas, climáticas, humanas – são predominantemente mediterrâneas. Assim, a Agricultura Portuguesa está determinada pelo clima mediterrâneo, se bem que a influência atlântica se vai naturalmente acentuando de Sul para Norte, acabando por predominar no extremo Noroeste. O clima mediterrâneo é, como se sabe, caracterizado pela concentração das chuvas no período de inverno, que também apresenta temperaturas relativamente amenas, sendo os verões quentes e secos. Assim, as maiores disponibilidades naturais de água (da chuva) e de energia (radiação solar) para o crescimento das plantas ocorrem desfasadas no tempo, condicionando toda a produção vegetal. Braudel, 1983, cita a afirmação de Artur Young de que ’em clima mediterrâneo, pouco importa o solo: tudo se deve ao sol e à água’.
Autores:
Ricardo P. Serralheiro, F. Lúcio Santos