O processo de transporte e deposição de sedimentos nas calhas fluviais dos tributários laterais ao r

Título:

O processo de transporte e deposição de sedimentos nas calhas fluviais dos tributários laterais ao r

Resumo:

No território nacional, há regiões caracterizadas pelas ações permanentes e progressivas de fenômenos erosivos e de assoreamentos. Enquanto os fenômenos erosivos atuam na superfície e sub-superfícies do solo, predominando nas proximidades das nascentes dos principais tributários ou cabeceiras das bacias hidrográficas, as deposições e/ou assoreamentos geralmente se desenvolvem em reservatórios, em planícies, nas proximidades da foz de cada tributário ou ao longo de trechos das calhas fluviais. Como esses fenômenos estão diretamente relacionados com as características intrínsecas das bacias, nos seus aspectos pedológicos, geológicos, geomorfológicos, bem como de sua dinâmica de ocupação e práticas agrícolas, os mesmos somente poderão ser adequadamente avaliados, a partir de estudos mais pormenorizados das ações antrópicas, integrados a quantificações de sedimentos produzidos, transportados e depositados nas áreas de drenagens e ao longo das calhas fluviais. O reservatório da hidrelétrica Sérgio Motta (anteriormente denominado de reservatório da hidrelétrica Porto Primavera), com área superficial de 2.140 km2 e capacidade de 15,7 x 109 m3,no nível máximo normal atual, está localizado na bacia hidrográfica do Rio Paraná, no trecho médio do rio, nas margens dos estados de São Paulo e Mato Grasso do Sul, a jusante do reservatório de Jupiá e a montante do reservatório de Itaipu (CARVALHO et al, 2004). As descargas sólidas carreadas para o reservatório provêm, principalmente, de sete tributários laterais ao reservatório, correspondentes às respectivas sub-bacias hidrográficas, e de várias sub-bacias menores, totalizando uma área incremental de 92.761 km2. Das sete sub-bacias hidrográficas, três estão localizadas no Estado do Mato Grosso do Sul (Rio Verde, Rio Pardo, Rio Taquaruçu ), com área de drenagem de 57.789 km2; e quatro pertencem ao Estado de São Paulo ( Rio Aguapeí, Rio do Peixe, Rio Santo Anastácio e Ribeirão das Anhumas ), com área de drenagem de 25.001 km2. As principais sub-bacias localizadas na lateral esquerda do reservatório apresentam características físicas, parâmetros geológicos, geomorfológicos, hidrológicos e hidráulicos bem próximos, que também passaram por variações no tempo e no espaço, não muito diferenciadas com relação à dinâmica de ocupação e de ações antrópicas. As áreas dessas sub-bacias apresentam sérios problemas de degradação em função de ações de fenômenos erosivos acelerados e assoreamento das calhas fluviais, provocados pelo desmatamento intenso e ao uso e manejo do solo contínuo, sem planejamento e orientações técnicas. No entanto, embora as principais sub-bacias localizadas na lateral direita, apresente características diferenciadas em relação à dinâmica de ocupação e de ações antrópicas, que provocaram menores problemas de degradação, as demais características físicas e parâmetros também não são muito diferenciados. No artigo, apresenta-se um estudo do processo de transporte e deposição de sedimentos nas calhas fluviais dos tributários laterais ao reservatório da Hidrelétrica Sergio Motta, cuja bacia incremental é apresentada na figura 1. Dentre os resultados alcançados, destacam-se: valores específicos e totais de descargas sólidas nas principais calhas fluviais; gráficos com curvas, equações e correlações obtidas, a partir de valores de descargas sólidas específicas, máximas, médias e mínimas, em função das respectivas áreas de drenagem, caracterizadas por partes das sub-bacias (partes altas, médias e baixas); descrição das principais características físicas, das ocupações, dos índices de pluviosidade, erosividade e erodibilidade das sub-bacias de drenagem; fenômenos erosivos e de assoreamentos identificados nas áreas; conclusões, com destaque para avaliação do volume do assoreamento no reservatório, número de anos em que as descargas sólidas poderão atingir a cota da tomada d’ água da usina hidrelétrica, taxa de assoreamento média anual do reservatório e algumas recomendações.

Autores:

Ademir G. Figueiredo

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