Série temporal da recarga natural de um aquífero freático de abastecimento de água

Título:

Série temporal da recarga natural de um aquífero freático de abastecimento de água

Resumo:

Através do balanço hídrico da camada superficial de solo e propagação da água infiltrada na camada de solo não saturado foram simuladas seqüências temporais da recarga natural de um aqüífero freático a partir da série temporal de precipitações diárias observadas. A área de estudo compreende a região urbana da cidade de Natal, RN, Brasil, em que o abastecimento de água à população é realizado preponderantemente através de poços de bombeamento instalados dentro do perímetro urbano. As simulações realizadas têm por objetivo analisar o processo de transferência de águas pluviais ao aqüífero Dunas / Barreiras, de grande importância para a explotação sustentável deste aqüífero, uma vez que a disponibilidade hídrica subterrânea nessa região depende exclusivamente da infiltração efetiva de água no solo, pois, a área é delimitada por sumidouros de fronteira: dois cursos d’água e o mar. As precipitações diárias constituem uma série temporal de um processo estocástico, com períodos longos sem chuva e períodos chuvosos, estes com grande variabilidade, registrando-se ocorrências freqüentes de precipitações diárias superiores a 150 mm na cidade de Natal e imediações. Entretanto, devido ao processo de percolação da água pluvial infiltrada na camada de solo não saturado, com espessura média em torno de 20 metros, as flutuações de fluxo de superfície são atenuadas sendo que a recarga natural do aqüífero freático pode ser caracterizada como uma série temporal de um processo estocástico com variações de valores de baixa amplitude quando comparadas com as das precipitações para espessuras de solo superiores a 20 metros. Por meio da simulação numérica da transferência de água da superfície para o aqüífero foi possível obter-se a série temporal da recarga, cujas características são comparáveis com a série de precipitação com influência significativa da profundidade do perfil vertical de solo não saturado. Através de comparações de respostas para algumas profundidades selecionadas, verificaram-se as magnitudes dos valores de pico, o abatimento das oscilações das recargas quando comparadas com as flutuações de precipitação, e o deslocamento dos valores de pico em relação aos de precipitação, com tempos de atraso que podem chegar a três meses para profundidades do perfil de solo da ordem de 40 m. Através dos valores de recarga em intervalos de simulação mensal, foram obtidos os valores médios mensais das recargas e as variações em torno da média, expressas pelo desvio padrão mensal.

Autores:

Antonio M. Righetto

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