Um novo índice de vulnerabilidade específico de aquíferos.Formulação e aplicações

Título:

Um novo índice de vulnerabilidade específico de aquíferos.Formulação e aplicações

Resumo:

O interesse de avaliar o grau de vulnerabilidade das diversas formações aquíferas decorre fundamentalmente da necessidade de fornecer às autoridades competentes um instrumento que seja útil nas tomadas de decisão ao nível do planeamento e ordenamento do território. A grande maioria dos métodos de avaliação da vulnerabilidade possuem uma natureza empírica que é veiculo para o surgimento de um vasto leque de diferentes interpretações por diferentes técnicos. Essa subjectividade vai repercutir-se forçosamente na atribuição de valores numéricos a entidades de natureza descritiva. Acresce ainda o facto de que esses modelos empíricos não são passíveis regra geral de calibração e raramente validados. Nesse particular, tem havido muita discussão sobre se os mapas de vulnerabilidade fornecem ou não estimadores fiáveis da susceptibilidade dos aquíferos ao potencial de contaminação. Aplicações já realizadas mostram casos bem sucedidos e outros casos onde existe uma discrepância clara entre as cartas de vulnerabilidade e os níveis de contaminação efectivamente observados nas águas subterrâneas. A prática mostra todavia, que os métodos que englobam, para além das características intrínsecas, informação específica sobre o tipo da ocupação do solo e/ou sobre o tipo de actividades antrópicas associadas (por exemplo o tipo e a natureza das práticas agrícolas) tem em geral melhores desempenhos que os métodos puramente intrínsecos. Com o objectivo de corrigir duas das principais deficiências associadas ao índice DRASTIC: a redundância entre parâmetros e o sistema de ponderação arbitrário, foi expressamente desenvolvido pelo autor no ano 2000, um índice de vulnerabilidade específico, baptizado com o nome Índice de Susceptibilidade O IS, como então ficou conhecido, é uma adaptação do índice de vulnerabilidade intrínseco DRASTIC. Na sua construção foram só considerados 4 dos 7 parâmetros do índice DRASTIC: D, R, A, T, deixando de fora os parâmetros S, I e C, por se considerarem redundantes relativamente ao parâmetro A. Foi também adicionado um novo parâmetro LU (Land Use), a ocupação do solo. Os pesos atribuídos a cada parâmetro também foram alterados em relação ao método DRASTIC. Para avaliar a importância relativa de cada um daqueles 5 parâmetros para a construção do índice, foi constituído, para esse efeito, um painel DELPHI de especialistas portugueses em hidrogeologia e áreas afins. Desde a sua criação que o IS tem sido testado e validado, em alguns dos casos com enorme êxito, na avaliação do grau de susceptibilidade à contaminação agrícola em alguns aquíferos de Portugal continental tais como: o aquífero dos Gabros de Beja, o aquífero aluvionar da Bacia do Tejo, os aquíferos da Campina de Faro e de Luz de Tavira e o aquífero de Évora-Montemor-Cuba.

Autores:

Luís Ribeiro

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